Open/Close Menu A Diocese de Viseu é uma circunscrição eclesiástica da Igreja Católica em Portugal

A oração é uma coroa de rosas e de amor pela paz. Os cristãos dirigem-se a Nossa Senhora a rezar o terço pela paz e pelo fim da guerra.

Rezar pelo fim da guerra, pela paz na Ucrânia, na Rússia e em todo o mundo, tornou-se nos nossos dias uma das maiores tarefas espirituais e de solidariedade fraterna. “Rezai e rezai muito”, pediu Nossa Senhora em Fátima aos pastorinhos. Este é hoje um apelo dirigido à Igreja e à comunidade dos crentes.

A oração, o jejum e a penitência é nestes dias uma coroa de amor, de oferta, de reparação, de sacrifício, uma entrega filial, uma consagração ao Coração Imaculado de Maria, para alcançar a paz e pedir o fim da guerra.

Estas são motivações para viver com a intensidade da fé a semana em que celebramos as “Vinte e Quatro Horas para o Senhor”, a Solenidade da Anunciação do Senhor, dia em que o Santo Padre em comunhão com toda a Igreja, vai fazer a Consagração da Ucrânia e da Rússia ao Imaculado Coração de Maria. A celebração da consagração a partir de Roma, em comunhão com todos os bispos, sacerdotes, consagrados e povo de Deus  tem também um momento de oração pela paz no Santuário de Fátima e em todas as Dioceses do mundo.

Espiritualmente unidos aos pés da imagem de Nossa Senhora de Fátima rezemos o terço pelo fim da guerra e assim alcançarmos a paz. Vivamos todos intensamente este ato solene de consagração ao Coração Imaculado de Maria, caminho seguro que nos conduz a Deus.

A oração contínua e perseverante para alcançar a paz, deve ser o nosso respirar de cada instante junto de Deus e de Jesus na Santíssima Eucaristia.

Nós precisamos de rezar, porque precisamos de Deus, da sua proteção, da sua graça, do seu amor e da sua paz. As pessoas e o mundo precisam de viver e encontrar cada vez mais oásis de paz. A oração alcança-nos de Deus o favor da resposta ao nosso pedido. Somos convidados a pedir sem cessar, com perseverança e confiança.     A oração feita com fé atravessa as nuvens e chega ao céu. Com um coração novo, verdadeiramente convertido a Deus, encontraremos no Senhor a fonte da paz. O poder transformador da oração é impressionante e é capaz de converter e mudar os corações do ser humano. O Senhor abençoará o seu povo na paz.

Na consagração, no dia 25 de março, Solenidade da Anunciação do Senhor e na contemplação do mistério da Encarnação, vamos pedir a Jesus, o Príncipe da Paz, e a Nossa Senhora, a Rainha da Paz, este dom para estes povos. Este gesto de entrega destes povos a Nossa Senhora tem um grande significado teológico e eclesial e convida-nos a todos a sermos verdadeiramente construtores da paz, dizendo “sim” a Deus como Maria de Nazaré. Jesus proclamou bem-aventurados os construtores da paz, porque serão chamados filhos de Deus. Todos os cristãos e pessoas de boa vontade são convidados a esforçar-se por construir um mundo novo, de paz, de harmonia, de fraternidade  e de concórdia entre todos os homens.

“Nestes nossos tempos, em que as dores e angústias derivadas da guerra ou da sua ameaça ainda oprimem tão duramente os homens, a família humana chegou a uma hora decisiva no seu processo de maturação” (GS 77).

A guerra entre a Ucrânia e a Rússia vem lembrar-nos as fragilidades dos povos e da humanidade inteira. A paz não é ausência de guerra, é também um projeto de amor e de justiça que se constrói num mundo sem ódio, violência, destruição, guerra, ruína e morte. “Todos os cristãos são, por isso, insistentemente chamados a que “praticando a verdade na caridade” (Ef. 4,15), se unam com os homens verdadeiramente pacíficos para implorarem e edificarem a paz” (GS 78).

Sejamos construtores de um mundo de paz entre todos os povos. Que os nossos gritos e preces travem os combates, levem os soldados a deporem as armas e a regressarem depressa para as suas famílias e suas casas. Esta guerra já fez muitas mortes, não se justifica, é um crime abominável, já espalhou muito terror, já provocou muita destruição, colocou muitos refugiados errantes pelo mundo, de modo especial crianças, mulheres, inocentes e idosos.

A paz que pedimos e esperamos encontrar através da oração é um dom salvífico de Deus, um fruto do Espírito Santo, uma dádiva de Maria.

Deus revelou-Se como um dom de paz. Em Jesus Cristo apresentou-se como Aquele que veio trazer a paz à terra e a reconciliação entre os povos.

Cheios desta confiança em Deus, vivamos a nossa fé como Maria no seio de uma Igreja, que seja lugar de misericórdia, de esperança, de paz e de reconciliação, onde todos se sintam acolhidos, amados, perdoados, encorajados pela graça divina, onde todos vivam como filhos de Deus e irmãos.

A Igreja deve ter as portas abertas para que todos possam entrar. E nós temos de sair por essas portas a proclamar o Evangelho da reconciliação e da paz. “A alegria do Evangelho é tão grande que não nos pode ser retirada por nada nem ninguém (Jo 16:22). Os males do nosso mundo – e os da nossa Igreja – não podem ser desculpas para reduzir o nosso compromisso e o nosso fervor. Olhemos para eles como desafios que podem ajudar-nos a crescer” (Papa Francisco). Rezemos pelas vítimas da guerra, por aqueles que morreram e pelos milhões de refugiados que peregrinam pelos países da Europa em busca de um porto seguro.

Imploremos do Coração Imaculado de Maria, por intercessão de São José, o fim da guerra e o dom de alcançarmos a paz para os povos da Ucrânia, da Rússia e para todas as nações do mundo inteiro.

 

† António Luciano,
Bispo de Viseu
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