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Respeitar “A vida que acolhemos”, eis o grande desafio pastoral feito à Igreja e à sociedade, nesta Semana da Vida que decorre de 8 a 15 de maio de 2022.

O tema escolhido para esta semana, encontra a inspiração na parábola do Bom Samaritano. O cuidador bom e atento, aparece como revelação de uma “personagem de acolhimento e em simultâneo estrangeiro, o que não deixa de ser um pouco desconcertante: é o estrangeiro que é o protagonista do acolhimento e não o inverso”, este é o Bom Samaritano.

Jesus convida-nos a sair de nós mesmos, a fazer a experiência da proximidade, junto dos pobres, dos doentes, dos marginalizados e dos que se encontram caídos à beira do caminho. Temos diante de nós o desafio de uma pastoral dos frágeis, dos doentes e da saúde.

O tema é atual e desafiante, confronta a vida da Igreja e da humanidade num momento de grande vulnerabilidade, por causa da pandemia, da guerra na Ucrânia e noutros países, e ainda pelo aumento de pobreza no mundo.

A vida humana é na verdade um dom de Deus, que devemos cuidar com carinho e respeito, valorizando sempre a sua dignidade, integridade e privacidade.

“Todos preservamos a vida, como dádiva, resultado do amor que a gere, como graça mesmo quando toma o sinónimo de dor, angústia, abandono ou infortúnio, importa agir com amor e o amor gera vida” (Mensagem Departamento Nacional da Pastoral Familiar).

O ciclo da vida humana inicia o seu percurso no ventre materno, no momento da conceção, até à morte natural. O seu desenvolvimento passa pelas diversas fases da vida: a conceção, o embrião, o feto, o nascimento, o crescimento, a maturidade, a idade adulta, a velhice e o seu fim com a morte natural. Ao passar por estas fases a pessoa humana é sempre querida e amada por Deus no seu projeto de vida, vocação e missão no mundo e na Igreja.

A missão da família enquanto berço da humanidade, deve estar aberta à vida, procurando educar para os valores humanos, éticos, morais e espirituais tão necessários na sociedade atual.

O Evangelho da Vida está no centro da mensagem de Jesus, que a Igreja deve anunciar como boa nova aos homens de todos os tempos e culturas. “Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância” (Jo, 10,10).

São João Paulo II ao escrever uma Encíclica sobre o valor e a inviolabilidade da vida humana, afirmava o seguinte: “Assim, diante da vida que nasce e da vida que morre, o homem já não é capaz de se deixar interrogar sobre o sentido mais autêntico da sua existência, assumindo com verdadeira liberdade estes momentos cruciais do próprio ser” (Evangelium Vitae 22).

Promover a vida e a dignidade de toda a pessoa humana é um dever, que deve ser assumido de modo consciente, livre e responsável.

Respeitar a vida de todo o ser humano em todas as suas fases de existência, realizando ações de sensibilização e compromisso no cuidado, sem colocar em risco a própria qualidade de vida.

Humanizar e cuidar da vida em todas as circunstâncias, principalmente em momentos de maior vulnerabilidade e fragilidade, como acontece na doença, no abandono, ou na marginalização.

Defender a vida humana desde o momento da conceção até à morte natural de todas as ameaças, dizendo não ao aborto, ao infanticídio, à guerra, à tortura, à pena de morte e à eutanásia. O aborto e o infanticídio são crimes abomináveis (GS, 51), que devemos rejeitar sempre. “Tudo quanto se opõe à vida, como seja toda a espécie de homicídio, genocídio, aborto, eutanásia e suicídio voluntário, tudo o que viola a integridade da pessoa humana, como as mutilações, os tormentos corporais e mentais e as tentativas de violentar as próprias consciências; tudo quanto ofende a dignidade da pessoa humana (…)”(EV 3).

Condenemos todo o tipo de ameaças e atentados contra a vida humana, de modo especial os que põem em risco a sua dignidade e sacralidade como valor precioso.

Celebrar a vida como um dom único e irrepetível é sempre uma festa, que devemos promover e valorizar nas mais diversas circunstâncias.

Rezemos durante este mês de maio o terço a Nossa Senhora de Fátima, pedindo-lhe a graça de acolhermos a vida como um dom, respeitando-a e partilhando-a com os outros, como fizeram São Francisco e Santa Jacinta Marto.

“Ó Maria, aurora do mundo novo, mãe dos viventes, confiamo-Vos a causa da vida: olhai, Mãe, para o número sem fim de crianças a quem é impedido nascer, de pobres para quem se torna difícil viver, de homens e de mulheres vítimas de inumana violência, de idosos e doentes assassinados pela indiferença ou por uma suposta compaixão” (EV 105).

 

† António Luciano,
Bispo de Viseu
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