A fé, a oração e a confiança em Deus são a base fundamental da vida cristã, enquanto caminho para a santidade.
Uma vida de oração intensa transforma o coração e dá beleza à nossa vida espiritual. A oração de abandono leva-nos a uma confiança total em Deus e na sua misericórdia. O desafio da santidade projeta-nos com esperança na estrada do amor para com Deus e para com o próximo.
A santidade é um atributo de Deus ao qual todos os batizados em virtude da filiação divina são chamados a participar. “Todos os homens são chamados a esta união com Cristo, luz do mundo, do qual vimos, por quem vivemos e para o qual caminhamos” (LG 3).
Este caminho de santidade dirigido a todos os batizados é enriquecido pela escuta atenta da Palavra de Deus e pela oração contínua e perseverante dos fiéis, que colocam no coração de Deus as intenções e necessidades do seu povo e da Igreja.
“Todos na Igreja, são chamados à santidade. Esta santidade da Igreja incessantemente se manifesta, e deve manifestar-se, nos frutos da graça que o Espírito Santo produz nos fiéis; exprime-se de muitas maneiras em cada um daqueles que, no seu estado de vida, tendem à perfeição da caridade, com edificação do próximo; aparece dum modo especial na prática dos conselhos evangélicos”. (LG 39).
A humildade, a simplicidade, a oração de abandono e a confiança em Deus, são sempre uma porta aberta para uma vida de santidade pessoal, na procura constante da glorificação em Deus.
A santidade é um caminho quotidiano para todos aqueles, que se sentem chamados por Deus, a viver com verdade e autenticidade a sua vocação batismal, na comunhão do amor trinitário.
O Papa Francisco presidiu no passado Domingo, 15 de maio, à Eucaristia de canonização de novos santos, entre eles o conhecido irmãozinho de Jesus, Carlos de Foucauld, que morreu assassinado em Tamanrasset, no Saara Argelino em odor de santidade.
Quando em dezembro de 2016 se completaram 100 anos depois da sua morte, o Papa Francisco dissera acerca dele: “Um homem que venceu tantas resistências e deu um testemunho que fez bem à Igreja. Peçamos que nos abençoe no céu e nos ajude a caminhar nos caminhos de pobreza, contemplação e serviço aos pobres”.
É interessante o percurso espiritual realizado por este irmãozinho de Jesus, que de soldado se fez monge no deserto, tornando-se pioneiro na vida religiosa, particularmente no contacto direto entre os mais pobres e os marginalizados.
Através de uma vida contemplativa, escondida com Cristo em Deus na casa de Nazaré, mostrou a grandeza de uma alma mística, colocando no centro da sua vida a Eucaristia e o anúncio do Evangelho.
Muitos leigos, consagrados e consagradas, encontraram na vida do irmão Carlos de Foucauld, um ideal, um chamamento para seguir de perto a Jesus Cristo pobre, casto e obediente. A santidade não passou de moda, ela está cada vez mais atual na vida da Igreja e nos desafios da evangelização. Para que tenhamos a ousadia de percorrer o caminho de santidade, dando graças a Deus por este chamamento, rezemos com as palavras cheias de beleza e confiança, que nos deixou no seu legado espiritual São Carlos de Foucauld. Que no abandono da oração, sintamos sempre a presença do amor de Deus Pai, que nos escuta e acolhe sempre:
“Meu Pai,
Eu me abandono a Ti,
Faz de mim o que quiseres,
o que fizeres de mim,
eu te agradeço.
Estou pronto para tudo,
aceito tudo.
Desde que a Tua vontade se faça em mim
E em tudo o que Tu criastes,
Nada mais quero, meu Deus.
Nas Tuas mãos entrego a minha vida.
Eu Te a dou, meu Deus,
com todo o amor do meu coração
Porque te amo.
E é para mim uma necessidade de amor dar-me.
Entrego-me nas Tuas mãos sem medida
Com uma confiança infinita
Porque Tu és meu Pai”.
(Carlos de Foucauld)
Que este mês de maio se torne cada vez mais para os cristãos um tempo privilegiado de oração do terço a Nossa Senhora, de cuidado e dignificação da vida humana e de percorrer um caminho de santidade na construção da paz.