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Observatório Pastoral

 

Falar da Pastoral de um contexto específico é complexo e muito subjetivo. Nestes dias, estamos a avaliar a atividade pastoral deste ano e a programar a do próximo. Ora, estaremos nós a construir uma caminhada Sinodal e planos pastorais com quem e para quem? Se alguém participar numa celebração, num encontro diocesano, arciprestal ou paroquial, consegue perceber o que comunicamos? É facilmente acolhido e envolvido? É escutado e valorizado?

Já ninguém vive, certamente, na ilusão duma realidade fortemente cristã, com uma espiritualidade e um serviço, participados e vividos na profundidade da fé, por todos. O período da cristandade generalizada decaiu. Notamos que as pessoas se afastaram e que, para muitas, Deus e a Igreja são insignificantes.

Será, então, pertinente pensarmos para a nossa Pastoral em ações de formação teológica, em homilias muito ricas e elaboradas, no incentivo à catequese e à preparação e vivência sacramentais, em métodos eficazes para atrair pessoas? Claro que sim! Mas não só.

Há que, com esperança e otimismo, reconfigurar e adaptar a nossa ideia de Pastoral. Talvez nos falte assumir uma forma mais simples, próxima e autêntica de estar, de nos relacionarmos, de caminhar juntos. Não será essa a forma do Evangelho e aquela que melhor sabemos desde os nossos dinâmicos tempos de criança?

Talvez tenhamos de reaprender a ir e a estar lá, com coragem, onde as pessoas se encontram, no ambiente delas, não considerando o que é diferente e estranho como uma afronta ao catolicismo ou a um certo clericalismo prepotente que nos conforta. Mais do que pessoas moralmente autoritárias ou doutrinalmente competentes, devemos voltar a ser tão somente o amigo e companheiro que está e se faz próximo, que compreende, que sorri, que sai da sua zona de conforto, que partilha e abençoa, que se dá e entrega nas mais diversas circunstâncias, boas e más, mantendo a sua humanidade, que é alegre e verdadeira, na fé em Jesus.

Precisamos de nos levantar e ir apressadamente (cf. Lc 1, 39), com a verdade das nossas competências e qualidades, mas também das nossas fraquezas. Isso, libertar-nos-á (cf. Jo 8, 32). Ir como pessoas que brincam, cantam, partilham um copo ou uma refeição, em amizade e família. Mostrar Jesus, não tanto com palavras ou juízos, mas com a nossa humanidade que está presente, acolhe e se dá, como faz uma mãe, um pai, um irmão.

Tu, cristão, padre, religioso, leigo, animador, coordenador, catequista, escuteiro, jovem, adulto… Há quanto tempo não és totalmente verdadeiro? Há quanto tempo não te alegras por coisas simples? Há quanto tempo andas cansado, sem te dedicares às tuas relações? Quanto te faz falta, no dia a dia, aceitares tranquilamente a tua humanidade e a dos outros?

É difícil caminharmos juntos nesta quase inalcançável simplicidade. Mas imagina quantas pessoas estão nas suas vidas e nos seus lugares à espera disso, à espera de ver em ti Deus, quando fores ter com elas.

 

Cláudia e Edgar
Membros da Pastoral Universitária de Viseu
CategoryDiocese, Pastoral

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