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Observatório Pastoral

 

Na Semana dos Seminários, há, por toda a parte, um conjunto de iniciativas tendentes a despertar a consciência dos fiéis para a importância do sacerdócio ministerial e, concomitantemente, a mobilizar a sua generosidade para a sustentação das instituições que formam os padres de amanhã.

O primeiro sentimento a evitar é a compressão. Esta é, com efeito, uma semana que tem de se projetar nas restantes. É impensável que se comprima a sensibilidade para a questão dos Seminários a um volátil transe de sete dias. Os Seminários hão de figurar como uma constante e uma prioridade na vida da Igreja, em cada dia e a cada hora. É lá que se encontra depositado, em germe, o futuro das comunidades. Quem não prepara o futuro compromete o presente e aliena o passado.

Depois, há que vencer a elitização do envolvimento com os Seminários. Há que assumir, com clareza e firme determinação, que os Seminários dizem respeito não apenas a padres e bispos, mas a toda a Igreja, a todos os batizados. Os Seminários pertencem à Igreja: não somente à sua cabeça, mas à totalidade dos seus membros. Urge superar, por isso, uma certa indiferença e, por vezes, até um indisfarçável divórcio em relação a esta instituição formativa.

Quem frequenta um Seminário crê fazê-lo a partir de um chamamento de Cristo por intermediação da Igreja. É fundamental, por conseguinte, que esta se manifeste junto os Seminaristas. Que eles possam sentir o afeto dos cristãos e o apoio para a decisão que se dispõem a tomar. Urge, assim, implementar uma circumincessão constante entre o Seminário e a comunidade, abrindo permanentemente o Seminário à comunidade e a comunidade ao Seminário. (…) Cada sacerdote, cada seminarista, cada família, cada cristão, hão de posicionar-se como o eco da voz de Jesus chamante. Temos todos de ser voluntariosos e persistentes.

Não basta reclamar a presença de um padre, quando precisamos de batizar os filhos, enterrar os mortos, oficiar os matrimónios ou presidir às procissões. Se queremos que, em todas as terras, haja celebração eucarística; se pretendemos que a evangelização não esmoreça, procuremos despertar vocações para o sacerdócio. As paróquias que exigem os serviços de um padre que esforço têm feito para gerar um padre?

Todos temos, pois, de estar unidos e irmanados neste desafio prioritário e nesta urgência irrenunciável. É a sobrevivência da Igreja que está em causa. Sem sacerdotes não há Eucaristia e sem Eucaristia não há Igreja. O primeiro – e imperioso – passo a dar é apostar numa requalificação da vida cristã. Se a vivência cristã das nossas comunidades tiver mais qualidade, não faltarão vocações ao ministério ordenado. (…)

No fundo, do que se trata é reativar o nosso Batismo que é um sacramento que tem princípio mas não tem fim. Na multiplicidade das suas concretizações também há lugar para o seguimento de Cristo no sacerdócio que Ele mesmo institui. (…) Eberhard Jungel lembra-nos que  «quanto maiores são as dificuldades maiores são também as possibilidades».

 

Pe. João António Pinheiro Teixeira
In, O Seminário na vida da Igreja, Paulinas
CategoryDiocese, Pastoral

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