A vida consagrada, no horizonte da missão da Igreja e no serviço pastoral, ainda tem futuro hoje?
Uma pergunta difícil de responder e que nos pede diversas formas de abordar o assunto. Olhemos para a consagração da vida a tempo inteiro ao serviço de Deus e da Igreja como um grande desafio e um acontecimento eclesial marcante. No último fim de semana, os meios de comunicação social noticiavam o exemplo, o testemunho, a coragem e o desprendimento de quatro jovens portugueses, que consagraram a sua vida a Jesus em pobreza, castidade e obediência. Este acontecimento tornou-se viral nas redes sociais e a notícia fez-se eco, num momento em que as vocações de consagração na Igreja católica diminuíram drasticamente, quer para o sacerdócio, quer para a vida religiosa e missionária.
O facto de estes jovens serem capazes de deixar tudo, a família, os amigos, o curso e a profissão para dedicarem toda a sua vida ao serviço de Deus e da Igreja causou grande impacto, admiração e expectativa no coração de muitos.
A falta de vocações de consagração na Igreja, preocupa os responsáveis de muitos institutos de vida consagrada. A crise de vocações na Igreja tem muito a ver com os problemas da sociedade atual que afetam a família, favorece o abandono da fé, a descristianização das paróquias e o abandono da vida eclesial por parte de muitos jovens, que depois de frequentar a catequese, de celebrar o sacramento do crisma perderam a sua ligação com a comunidade cristã.
A Igreja celebra no dia 2 de fevereiro a Festa da Apresentação de Jesus no Templo, dia dedicado à Vida Consagrada. Cada Diocese celebra este evento com atividades próprias, onde não falta uma Vigília de Oração pelas intenções da Vida Consagrada, pedindo a Deus o aumento das vocações de consagração para a Igreja. O seu ponto alto está na celebração da Eucaristia. Na Diocese de Viseu os consagrados que nela trabalham também vão viver com fé, alegria e entusiasmo o seu programa. Agradeço a Deus todo o trabalho realizado na Diocese por todos os consagrados e consagradas. Eles constituem um tesouro da vida cristã nas nossas comunidades.
As próximas Jornadas Mundiais da Juventude, em agosto de 2023, em Lisboa, estão a despertar nos jovens e famílias uma onda de entusiasmo.
Todos estamos cheios de esperança neste encontro das Jornadas Mundiais da Juventude e esperamos, que sejam uma oportunidade única, um momento privilegiado para todas as pessoas, que trabalham na pastoral juvenil.
O Papa Francisco afirma: “Sonho, queridos jovens, que na JMJ possais experimentar novamente a alegria do encontro com Deus e com os irmãos e as irmãs. Depois de um prolongado período de distanciamento e separação, em Lisboa – com a ajuda de Deus – reencontremos juntos a alegria do abraço fraterno entre os povos e as gerações, o abraço da reconciliação e da paz, o abraço duma nova fraternidade missionária! Que o Espírito Santo acenda nos vossos corações o desejo de vos levantardes e a alegria de caminhardes todos juntos, em estilo sinodal, abandonando falsas fronteiras. O tempo de nos levantarmos é agora. Levantemo-nos apressadamente! E, como Maria, levemos Jesus dentro de nós para o comunicar a todos” (Mensagem para a XXXVII JMJ 2022-2023).
“Animados pelo Espírito Santo, com os jovens a caminho”, demos o nosso contributo para a renovação da pastoral juvenil e vocacional na Igreja em Portugal.
A Diocese de Viseu realizou no último sábado o Festival Diocesano da Canção Juvenil, que reuniu mais de quinhentos jovens de toda a Diocese, no Centro Sócio Pastoral de Viseu. A estes juntou-se um grupo de acólitos a nível nacional, que tiveram o seu encontro de formação para formadores no Seminário de Viseu. Foi uma noite jovem e de festa com a participação de grupo de jovens de Abraveses, Côta, Torredeita, Mangualde e Viso. O prémio da melhor letra foi atribuído ao grupo de Abraveses e a melhor música premiou o grupo de jovens de Torredeita.
Depois do tempo de pandemia foi um evento catalisador da fé, da energia, do testemunho, da música e da festa que congregou um número tão elevado de jovens, animadores, sacerdotes e famílias.
O COD e os COP`s da Diocese marcaram presença e mostraram como a JMJ mexe com vida e dinamismo missionário na Diocese de Viseu.
Celebramos no último dia de janeiro, a memória litúrgica de São João Bosco, patrono dos jovens e da JMJ. Não podemos esquecer o seu exemplo de mestre e líder da juventude, de educador e formador no trabalho com os jovens.
A festa da Apresentação do Senhor, no dia 2 de fevereiro, convida-nos a rezar pela renovação da vida consagrada na nossa Diocese e pelo aumento de vocações na Igreja.