Emoção, felicidade, esperança, fraternidade, amor, alegria, partilha, solidariedade, reflexão são alguns dos sentimentos vividos pelos jovens que participaram este ano na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) e pelas famílias de acolhimento e que, agora, foram partilhados com cerca de 200 pessoas na Jornada Diocesana da Juventude, que se realizou no passado domingo, dia 26 de novembro, no Colégio da Via-Sacra, em Viseu.
Este encontro ficou marcado por vários testemunhos de jovens e famílias que contaram, em primeira mão, o que foi para cada um deles a Jornada Mundial da Juventude, que se realizou no nosso país, em agosto deste ano, com a presença do Papa Francisco.
“Uma alegria com lágrimas” foi assim que Carla Figueiredo, da Paróquia de Silgueiros, Viseu, descreveu o momento em que viu o Papa Francisco. Ao dar o seu testemunho, no passado domingo, fê-lo com a emoção ainda à flor da pele. “O Papa Francisco passou próximo de nós e vimos a sua fragilidade, mas ao mesmo tempo ouvíamos a sua juventude. Estava ali para nós e isso foi muito marcante”, realçou. Destacou, ainda, que lhe “causou muito impacto lá estarem milhares de jovens e, no momento da Consagração de Jesus na eucaristia, o silêncio era absoluto”. Cátia Figueiredo referiu ainda que é difícil pôr em palavras o que viveu naqueles dias em Lisboa. “Por muito que consigamos explicar o que lá vivemos, não conseguimos passar aquilo que sentimos, só quem participa compreende este sentimento”, explicou.
Também as famílias de acolhimento tiveram um papel fundamental nesta JMJ. Acolheram jovens de outros países, mesmo sem saberem falar a sua língua, e a experiência superou as expectativas. Jorge e Glória Dias, da paróquia de Pinheiro de Lafões, concelho de Oliveira de Frades, foram um dos casais que se tornou família de acolhimento de quatro jovens franceses. A decisão surgiu na sequência de um dos filhos do casal já ter sido acolhido nas jornadas que se realizaram em Madrid, em 2011. “Ao acolhermos estes jovens foi também uma forma de agradecer o que já fizeram pelo nosso filho. Em nenhuma altura pusemos a hipótese de não o fazer”, tendo sido “uma experiência muito gratificante”. “Continuam a ser os nossos meninos, criou-se uma ligação muito grande, mesmo não falando a mesma língua, o que nunca foi um impedimento. São experiências únicas que se calhar nunca mais viveremos”, afirmaram.
Para Fernando Chapeiro, diretor da Pastoral Juvenil da Diocese de Viseu e responsável pelo Comité Organizador Diocesano (COD), este evento “superou as expectativas”. “Todos os que lá estiveram saíram de coração cheio, com os testemunhos que assistimos. Tínhamos o receio de que as pessoas depois da JMJ voltassem para a sua casa e não quisessem participar nestes encontros, mas a quantidade de gente que esteve foi acima do que esperávamos. Para nós, é um sinal de que as pessoas continuam motivadas, com vontade de trabalhar na Igreja e estarem juntas. Sentiu-se a igreja diocesana em comunidade, dos mais jovens aos de mais idade. Acima de tudo, há um sentimento imenso de gratidão”, enalteceu.
O Bispo da Diocese de Viseu, António Luciano, fez o discurso de encerramento da Jornada Diocesana da Juventude – comemorada no Dia Mundial da Juventude – começando por agradecer ao Comité Organizador Diocesano (COD) todo o trabalho desenvolvido, já que neste encontro terminou a sua missão.
No seu discurso relembrou o pedido do Papa Francisco para “sermos “surfistas do amor”, citando o seu pedido na JMJ: “sejam felizes, construí um mundo novo, renovai a igreja, o futuro está nas vossas mãos”.
“Este encontro aconteceu hoje, Dia de Cristo Rei, e é Ele que reina, que vence, é Ele que me acompanha, que me ilumina, é Ele que me fortalece, é Ele que me dá esperança, Ele que me dá confiança, e é nele que também confio e é com Ele que também quero caminhar, como todos vós que estais aqui e com aqueles que não puderam estar”.
Além dos testemunhos dos jovens e famílias, esta jornada ficou ainda marcada pela apresentação do Programa Pastoral Diocesano 2023-2026, com o tema: ‘Todos, Raízes da Alegria’ e pela estreia do grupo musical PitStop que proporcionou aos presentes vários momentos de animação. Da parte da manhã, foi ainda celebrada a missa na Catedral, presidida pelo Bispo de Viseu, com a particular presença dos movimentos, grupos e obras laicais, que se fizeram também representar no encontro da parte da tarde.