No âmbito da iniciativa ‘A Arte das Paróquias no Coração da Diocese’ está em exposição, no átrio da Casa Episcopal de Viseu, património religioso da Paróquia de Mangualde.
Esta exposição temporária é composta por 17 exemplares, provenientes da Casa Paroquial, de salas anexas à Igreja e ao Recolhimento de Nossa Senhora da Conceição.
As peças com maior destaque são um calvário oitocentista, de madeira dourada e estofada e uma Nossa Senhora com o Menino, de calcário policromado, dos finais do século XV, inícios do XVI. Está também exposto um conjunto de colunas de talha dourada e policromada, um Cristo Ressuscitado e um Cristo Morto com grandes perdas de material, nomeadamente ao nível dos membros, duas caixas de esmolas, uma em metal e outra em terracota, algumas alfaias litúrgicas como um turíbulo e uma naveta, entre outras peças.
Esta exposição, promovida pelo Departamento dos Bens Culturais da Diocese de Viseu, pode ser visitada, de segunda a sexta-feira, das 9h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h30.
De acordo com a coordenadora do departamento, Fátima Eusébio, “as dinâmicas de salvaguarda dos bens culturais da Igreja podem ser corporizadas com projetos de dimensões significativas, como grandes exposições, ou através de iniciativas mais simbólicas, mas capazes de colocar em evidência a necessidade de preservarmos e de darmos a conhecer o património da Igreja nas suas múltiplas expressões”, explicando que foi assim que nasceu o projeto ‘A arte das paróquias no coração da Diocese de Viseu’.
Outra das vertentes desta iniciativa é fortalecer a relação das paróquias com o espaço central da Diocese, onde além da residência episcopal se encontram os serviços diocesanos. “Dispondo de um espaço de entrada amplo, para o qual foi selecionado mobiliário expositivo apropriado, a mostra de cada paróquia pode ser vista por todos os que se deslocam à Casa Episcopal para aceder aos serviços, bem como pelos turistas que por ali passam quando se dirigem ao Centro Histórico”, realça a responsável.
A mostra iniciou-se, em dezembro do ano passado, com a Paróquia de São Salvador, tendo também já estado em exposição peças da Paróquia de Vilar de Besteiros. Não existe uma periodicidade fixa para cada núcleo de peças exposto, estando este sempre dependente das disponibilidades dos serviços para a seleção e transporte das peças, bem como dos técnicos para os procedimentos conservativos.
As peças escolhidas para cada exposição são, sempre que possível, aquelas que não se encontram ao culto. “Na sua maioria são exemplares de reduzidas dimensões, de expressão popular, por vezes com lacunas materiais significativas. Desta forma, alertamos as comunidades para estas existências, que muitas vezes estão esquecidas, mas que devem ser preservadas pela sua relevância histórica, artística, funcional e significante no quadro da vivência da fé ao longo dos tempos”, explica Fátima Eusébio.
A existência do inventário para cerca de 60% das paróquias da Diocese constitui um instrumento fundamental para este projeto, concretamente no que concerne à seleção das peças e à sua localização. Para a sua exposição é previamente realizado um trabalho de desinfestação, consolidação e limpeza por um técnico de restauro.