Open/Close Menu A Diocese de Viseu é uma circunscrição eclesiástica da Igreja Católica em Portugal

“O Senhor volte para ti os seus olhos e te conceda a paz” (Num 6, 26)

  1. Com a proteção da Santa Mãe de Deus, honremos a sua Maternidade divina com cânticos de ação de graças.

Ao dar início a este Novo Ano coloquemos sob a proteção de Maria, a Santa Mãe de Deus, a Mãe da ternura e da graça, com São José seu esposo a alegria e a gratidão por entrarmos em 2024. Caminhemos animados pela fé, conduzidos pela esperança e enriquecidos com a caridade, que recebemos de Deus como bênção para nos iluminar com “a luz do seu rosto” a nossa vida.

Iniciamos o Novo Ano com a esperança e a confiança de alcançar a paz tão desejada, pedindo que esta se torne uma realidade em todos os cenários de guerra, de violência e de conflitos mundiais.

Guiados pelas mãos da Sagrada Família de Jesus, Maria e José, modelo de vida e de virtudes para todas as famílias do mundo, terminámos a Ano de 2023 em Ação de Graças a Deus por se “compadecer de nós e nos dar a sua bênção” (Sl 66) gratos por tantos dons e benefícios concedidos, particularmente agradecer todo o envolvimento vivido nas dioceses de Portugal e em Lisboa com o programa das Jornadas Mundiais da Juventude presididas pelo Papa Francisco.

Na Oitava do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo e dia da sua Circuncisão, a solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, que no Concílio de Éfeso os Padres aclamaram como Theotókos, porque nela o Verbo Se fez carne e habitou entre os homens o Filho de Deus, príncipe da paz, a quem foi dado o Nome, que está acima de todos os nomes.

O Evangelho de hoje termina dizendo: “Quando se completaram os oito dias para o Menino ser circuncidado, deram-lhe o nome de Jesus, indicado pelo Anjo, antes de ser concebido no seio materno” (Lc 2, 20-21).

  1. Rezar é uma arte, que só com grandes mestres se pode aprender.

Abençoa-nos, Senhor, no início deste novo ano com as palavras de bênção que deste a Moisés e Arão para ensinarem o Povo de Israel a rezar as orações  que Deus lhes ensinou. O Senhor é uma bênção e proteção, é a luz que ilumina nas trevas, só Ele é a nossa paz.

A primeira leitura é uma oração para pedir a Deus, a bênção, a prosperidade, a paz e o bem para todos. “O Senhor te abençoe e te proteja. O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face e te seja favorável. O Senhor volte para ti os seus olhos e te conceda a paz”. Maria, a Virgem orante é a Rainha da Paz e a Mestra incomparável da oração e da escuta da Palavra de Deus.

Como Maria queremos ser abençoados por Ti, Senhor. Queremos invocar o teu nome e pedir a tua bênção. Queremos colocar-nos diante da luz do teu rosto e sentir este dia e este ano, como o tempo favorável da tua salvação.

Como Maria saibamos dizer “sim” a Deus. “Eis a Serva do Senhor, faça-se em mim segundo a Tua Palavra”.  Abençoa-nos Senhor no início deste Novo Ano e concede-nos tudo o que precisamos para amar mais e servir melhor em cada dia da nossa vida.

  1. O dom da filiação divina fez-nos filhos, no seu Filho Jesus Cristo.

Como é bom e maravilhoso saber que Deus nos ama em Jesus Cristo, o Seu Filho Unigénito. A filiação divina foi-nos concedida pela graça do Sacramento do Batismo para entendermos melhor a riqueza da vida nova a que fomos chamados. Tudo aconteceu por meio de uma mulher que é Maria, pela graça da sua Maternidade Divina no mistério da Encarnação e pela Maternidade espiritual que nos foi oferecida por Jesus no calvário.

Chegou Jesus ao mundo, aquele que salva. “Quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher e sujeito à Lei, para resgatar os que estavam sujeitos à Lei e nos tornar filhos adotivos” (Gal, 4,4-5).

E somos de facto filhos adotivos de Deus. “E porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: “Abbá! Pai!”. Assim, já não és escravo, mas filho. E, se és filho, também és herdeiro, por graça de Deus” (Gal 4, 6-7). Assumir com alegria e responsabilidade o dom de fé na filiação em Cristo. Somos filhos de Deus, irmãos de Jesus Cristo e templos do Espírito Santo.

  1. Os pastores encontraram Maria, José e o Menino e ficaram felizes.

O evangelista São Lucas convida-nos a contemplar a beleza, a riqueza e a ternura do presépio. Quando os pastores se dirigiram “apressadamente para Belém e aí encontraram Maria, José e o Menino deitado na manjedoura” (Lc 2, 16), viram tudo como lhes tinha sido anunciado. Adoraram o Menino Jesus, ofereceram-lhe presentes e  começaram a contar tudo “o que lhes tinha sido anunciado sobre aquele Menino” e todos ouviam com muita admiração o que diziam os pastores. A cena do Evangelho refere a presença de um grupo de homens diante de Jesus. São os pastores que se os tornaram protagonistas da história da salvação junto dos pobres, dos simples e dos humildes. Imitemos o seu exemplo e testemunho de vida e acolhamos Jesus no nosso coração e na nossa vida para sempre.

“Maria conservava todas estas palavras, meditando-as em seu coração”. Depois os pastores regressaram a suas casas, “glorificando e louvando a Deus”. Quero ser como os pastores que não temem a noite e buscam Jesus, aquele que repete sem cessar: Jesus, Jesus, doce nome de Jesus, Jesus aquele que nos salva.

  1. Um Ano Novo, portador da novidade de Deus a todos os homens.

Desejo a todos vós votos de um Santo Ano Novo de 2024, repleto dos maiores dons, bênçãos e graças de Deus para todos os cristãos e pessoas de boa vontade.

Entremos todos, todos, todos, de mãos dadas com confiança e esperança no Novo Ano que agora inicia. Sejamos todos, todos, todos, construtores da paz, da fraternidade e da solidariedade universal.

Caminhemos todos juntos em “caminho sinodal” na oração, na santidade e no “progresso da ciência e da tecnologia como caminho para a paz”, como afirma o Papa Francisco:  “No início do novo ano, tempo de graça concedido pelo Senhor a cada um de nós, quero dirigir-me ao Povo de Deus, às nações, aos Chefes de Estado e de Governo, aos Representantes das diversas religiões e da sociedade civil, a todos os homens e mulheres do nosso tempo para lhes expressar os meus votos de paz.” (Mensagem do Papa para o Dia Mundial da Paz de 2024).

A Mensagem do Papa com o tema: “Inteligência artificial e a Paz” desenvolve-se em oito pontos:

  1. O progresso da ciência e da tecnologia como caminho para a paz.

“Os progressos notáveis das novas tecnologias da informação, sobretudo na esfera digital”.

  1. O futuro da inteligência artificial, por entre promessas e riscos.

“A inteligência artificial tornar-se-á cada vez mais importante e deve estar ao serviço do progresso integral”.

  1. A tecnologia do futuro: máquinas que aprendem sozinhas.

“As tecnologias em questão comportam graves riscos, como discriminação e obstáculos à paz”.

  1. O sentido do limite, no paradigma tecnocrático.

“O nosso mundo é demasiado vasto, variado e complexo para ser completamente conhecido e classificado”.

  1. Temas quentes para a ética.

“O respeito fundamental pela dignidade humana requer a rejeição de que a unicidade da pessoa seja identificada com um conjunto de dados”.

  1. Transformaremos as espadas em relhas de arado?

“Se a inteligência artificial fosse utilizada para promover o desenvolvimento integral, poderia introduzir inovações importantes na agricultura, na instrução e na cultura, uma melhoria do nível de vida…”

  1. Desafios para a educação.

“Que respeite e sirva a dignidade humana”. “O papel das universidades e a formação no uso dos novos instrumentos de comunicação”.

  1. Desafios para o desenvolvimento do direito internacional.

“Regular o desenvolvimento e uso da inteligência artificial nas suas variadas formas”. Oportunidades e desafios às gerações futuras de um mundo mais solidário, justo e pacífico.

  1. Votos de um Ano Novo fecundo cheio de bondade e de graças para todos.

Votos de um bom Ano Novo para todos especialmente os pobres, os doentes, os sem casa e sem trabalho, os migrantes, os refugiados, os povos em guerra, as crianças, os adolescentes, os jovens, as famílias e os idosos. Que este seja um Ano marcado pela esperança na construção da paz, na justiça e na prosperidade para todos.

Peçamos a Jesus o Príncipe da Paz, a “Raiz da nossa Alegria” e da nossa esperança o desejo de um mundo sem guerra e sem ódio e violência. Imploremos da Santa Mãe de Deus e Rainha da Paz a proteção dos frágeis e esquecidos da sociedade.

Por intercessão de São José,  de São Teotónio, de São Francisco de Assis e da Beata Rita Amada de Jesus sejamos construtores da paz universal, particularmente na Ucrânia, na Rússia, em Israel, na Palestina, na Síria e em todas as partes do mundo.

Confiemos à proteção de Deus e da Virgem Santa Maria as pessoas, as instituições, projetos, nações e os acontecimentos eclesiais e sociais, que vamos viver e celebrar durante este Novo Ano.

Juntos rezemos: “À vossa proteção nos acolhemos Santa Mãe de Deus, não desprezeis as nossas súplicas em vossas necessidades, mas livrai-nos de todos os perigos, Ó Virgem gloriosa e bendita”. Rainha da Paz e Senhora da Esperança, fazei-nos acreditar num mundo novo e num Ano Novo muito Próspero. Ámen!

+ António Luciano, Bispo de Viseu

CategoryBispo, Diocese, Igreja

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