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Observatório pastoral

(cf. Ct 1,3)

No mundo bíblico os modos de conceber e entender o nome a dar a um bebé eram bem diferentes do contexto contemporâneo. A imposição do nome, em geral, trazia em si algo acerca da essência da pessoa que o recebia. Por exemplo, Moisés é um nome de origem egípcia, composto com o verbo hebraico mashah, que significa “tirar para fora” – na verdade, Moisés foi “tirado para fora” (salvo) das águas (cf. Ex 2,10) e terá como missão “tirar para fora” (salvar) o Povo, do Egito.

Quando entramos nos Evangelhos da Infância (Mt 1–2 e Lc 1–2) abrem-se-nos as portas do verdadeiro e único Natal: o nascimento do Deus Menino, que estamos a celebrar e cujo nome é bálsamo e perfume que preenche toda a casa; luz que dissipa as trevas; alimento que fortalece a vida, brisa que refresca, remédio que abranda as dores da humanidade, porta que se abre para vida eterna.

O Evangelho de São Mateus abre-se com uma espécie de “livro das origens”, conhecido como genealogia (Mt 1,1-17): uma longa lista de nomes através da qual emerge a relação particular de Jesus com o rei David. Os últimos dois nomes dessa longa lista são os de José e Maria.

Nesse mesmo Evangelho, José recebe a importante missão de dar o nome ao Menino: «José, filho de David, não temas receber Maria […] Ela dará à luz um Filho e tu pôr-Lhe-ás o nome de Jesus, porque Ele salvará o povo dos seus pecados». Tudo isto aconteceu para se cumprir o que o Senhor anunciara por meio do Profeta, que diz: «A Virgem conceberá e dará à luz um Filho, que será chamado ‘Emanuel’, que quer dizer ‘Deus connosco’» (Mt 1,20-23). Deste ponto de vista, é mais desconcertante o Evangelho de Lucas porque confia a missão de dar o nome ao Menino a uma mulher, a mãe: «Não temas, Maria […] conceberás e darás à luz um Filho, a quem porás o nome de Jesus (Lc 1,30-33).

Os dois evangelistas concordam: o nome do Menino é JESUS! Nome que deriva do aramaico Yeshua e que significa «Deus salva», «Deus é salvação». Se olharmos com atenção para o texto de Mateus percebemos que dentro do nome Jesus está já contida a Sua missão, ou seja, algo acerca do próprio Menino, o motivo da Sua vinda ao mundo. O Menino chama-se Jesus porque Ele «salvará o povo dos seus pecados». Jesus nasce para nos salvar.

O nome Jesus revela-nos, assim, que Deus desce para ficar junto a nós, para caminhar connosco (syn-odos) e tocar-nos com a Sua Salvação. Jesus, que nome tão cheio de graça e inebriante «como o aroma de um perfume que se expande» (cf. Ct 1,3) por toda a casa comum e que nos inspira a rezar com o salmista, de modo especial, neste tempo natalício: «como é grande, admirável e glorioso o Teu nome em toda a Terra» (cf. Sl 8,2).

Eis a força, o valor e o significado do nome Jesus: «[…] É em nome de Jesus Nazareno, […] que este homem se apresenta curado […] E não há salvação em nenhum outro, pois não há debaixo do céu qualquer outro nome, dado aos homens, que nos possa salvar» (At 4,9-12). Na Carta aos Filipenses lemos: «Por isso mesmo é que Deus lhe concedeu o nome que está acima de todo o nome, para que, ao nome de Jesus, se dobrem todos os joelhos […] e toda a língua proclame: «Jesus Cristo é o Senhor!», (Fl 2,9-11).

Gravemos o nome Jesus no coração e nos lábios; perfumemos a vida com este nome e assim, mais facilmente, será Natal todos os dias e quando o Homem quiser.

Pe. António Henrique

 

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