Open/Close Menu A Diocese de Viseu é uma circunscrição eclesiástica da Igreja Católica em Portugal

A Solenidade da Epifania do Senhor ou da manifestação de Jesus aos Reis Magos, que hoje celebramos festivamente, diz-nos que Deus se revelou aos homens como a Luz de todos os povos.

Que esta Luz seja sempre para todos nós um desafio e um convite a participarmos na missão universal da Igreja, chamada a levar a verdadeira luz, que é Cristo a toda a humanidade.

Esta Luz é o sinal da fé, que que iluminou e guiou os Magos através da Estrela até à gruta de Belém. Os Magos, vindos do Oriente chegaram a Jerusalém para junto do Rei Herodes procurarem onde tinha nascido o Messias, o Salvador do mundo.

Isaías na liturgia de hoje lembra-nos as seguintes palavras: “Levanta-te e resplandece, Jerusalém, porque chegou a tua luz, e brilha sobre ti a glória do Senhor” (Is 60,1). Mas Jerusalém nos seus habitantes e no seu Rei não se aperceberam do nascimento do Messias.

A luz da Estrela é sinal da verdadeira luz de Deus, que com a sua glória ilumina as nações e todos aqueles que vêm ao seu encontro. Hoje somos nós que vimos ao seu encontro e nas palavras de Isaías o nosso coração ficará cheio de felicidade. “Quando o vires ficarás radiante, palpitará e dilatar-se-á o teu coração” e oferecer-lhe-ás os teus presentes, os teus tesouros.

“A luz dos povos é Cristo” (LG 1), que com a graça do Espírito Santo deseja ardentemente iluminar com a Sua luz todos os povos e resplandecer no rosto da Igreja e  de todos os homens, anunciado com alegria o Evangelho a toda a criatura (cf. Mc 16,15).

São Paulo diz, que pela graça de Deus a nosso favor recebeu por uma revelação o mistério de Cristo, que nos foi dado e “revelado pelo Espírito Santo aos seus santos apóstolos e profetas: aos gentios que receberam a mesma herança que os judeus e participam da mesma promessa”.

Como os Magos, os cristãos hoje são convidados a acolher a Luz de Deus e a caminhar ao seu encontro, fixando o seu olhar na Estrela que brilha no firmamento da nossa existência humana e nos conduz juntos ao mistério de Deus, que ilumina a Igreja. No meio das trevas, da escuridão e da indiferença religiosa do nosso mundo, a Luz de Deus, não nos deixa perder nas encruzilhadas e dificuldades da vida, que teimam em desviar o nosso olhar do verdadeiro encontro com Cristo, luz da vida humana e cristã.

Quando nos deixamos guiar pela luz de Deus, tudo é diferente, com sentido e novo nas nossas vidas. A luz da Estrela de Belém revela-nos a beleza da Luz de Deus, que nos foi comunicada no dia do nosso Batismo para se manifestar na nossa vida com palavras e gestos iluminados por Cristo.  Só caminhando na luz de Cristo realizaremos o nosso projeto vocacional, na eleição de sermos filhos de Deus, e, através da missão da Igreja sermos luz para a transformação do mundo.

A manifestação de Deus aos gentios por meio da estrela é revelação: “Todo isto se realizou, como sabemos, no dia em que os três Magos, chamados da sua longínqua terra, foram conduzidos por uma estrela para irem conhecer e adorar o rei do Céu e da terra. A docilidade da estrela nos exorta a imitar o seu exemplo, isto, é a servir na medida da nossa possibilidade esta graça que chama todos os homens para Cristo” (Sermão de São Leão Magno).

A festa da Epifania, ou a manifestação de Deus aos gentios, através da sua estrela revelou aos três Reis Magos o desejo de percorrer o caminho da luz, para procurar o recém-nascido na cidade de Belém. A mesma revelação de Jesus a Paulo e aos gentios (cf Ef 3,2), assim como a todos os homens é o grande sinal para  encontrar o Messias, como Salvador anunciado e esperado pelos Profetas.

A vida cristã, animada por este zelo pastoral, deve levar-nos a procurar sempre a Luz de Deus, deixando-nos conduzir por ela nos caminhos do amor, da esperança, da confiança e da paz na procura do mistério divino, revelado a toda a humanidade.

Quando os Magos viram de novo a estrela, encheram-se de alegria, despojaram-se de si mesmos, deixando-se tocar pela luz divina e guiar pela estrela, fazendo a sua caminhada na fé. Lendo os sinais dos tempos, interpelados pela ação misteriosa de Deus e pelas profecias dos profetas, deixaram as suas terras e as suas famílias para darem atenção à manifestação do Filho de Deus nas suas vidas. A revelação do Menino acontece para iluminar os corações de todos os homens como sinal de amor por toda a humanidade.

A luz de Deus brilhou no coração de Maria e de José e inundou também o coração dos pastores os primeiros a adorar o Menino. Jesus quer também encher de luz o nosso coração e a nossa vida. O livro de Isaías não cessa de nos informar: “Virão adorar-vos Senhor, todos os povos da terra. Virão montados em camelos e dromedários de Madiã, para oferecerem os seus presentes ao “Príncipe da Paz”, o “Emanuel, o Deus-Connosco”.

Os Reis Magos ao “entrarem na casa viram o Menino com Maria sua Mãe e São José e prostrando-se diante d`Ele, adoraram-No e ofereceram-lhe os seus presentes: ouro, incenso e mirra”. O ouro simboliza a realeza de Cristo, o incenso a Sua divindade e a mirra o seu corpo depois da morte permanecerá incorruptível.  Como os Magos viram de novo a estrela a brilhar, deixaram iluminar as suas vidas com os dons da salvação, pois também eles encontraram Jesus Cristo, a “Raiz da nossa Alegria”.

Os Reis Magos foram avisados em sonhos para voltarem à sua terra por outro caminho. O caminho de Deus, da vida cristã é sempre um caminho novo de fé, de conversão, um encontro de salvação oferecido a todos aqueles que querem seguir Jesus e  servir os irmãos. Quem se encontra com Jesus na sua vida e o recebe, deve voltar à sua casa, à sua vida, à sua família por caminhos novos.

Na festa da Epifania celebrarmos também o Dia da Infância Missionária. Olhemos para a missão da Igreja “Ad Gentes” e entre nós e rezemos por todas as crianças do mundo, que ainda não conhecem Jesus Cristo, não receberam ainda o Batismo, não frequentam a catequese e continuam à espera de quem as ajude a fazer o caminho da fé. Precisamos de prestar atenção através da Missão da Igreja para evangelizar e catequizar as famílias e os seus filhos para receber o Batismo.

Celebrámos, ontem, dia 6 de janeiro, os 111 anos da morte da Beata Rita Amada de Jesus em festa e ação de graças e na próxima terça-feira, dia 9 de janeiro, o centésimo terceiro aniversário do “Jornal da Beira” como órgão de Comunicação Social da nossa Diocese. Quero desejar ao “Instituto Jesus, Maria e José” e ao “Jornal da Beira” as maiores felicidades e bênçãos para cumprirem com verdade os desafios que a Igreja hoje lhes pede.

 

+ António Luciano, Bispo de Viseu

 

CategoryBispo, Diocese, Igreja

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