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A Loja Social da Cáritas Paroquial de Santa Maria, situada no Centro Comercial Académico, em Viseu, está de portas abertas, de segunda a sexta-feira, sempre que a disponibilidade dos voluntários assim o permite.

A ideia partiu de Ana Paula Ribeiro, diretora técnica da Cáritas há 13 anos, que viu na loja social uma oportunidade de angariar verbas para apoiar os utentes da instituição.

Este espaço, que fez no dia 1 de dezembro de 2024 um ano, nasceu com o objetivo de angariar verbas para apoiar quem mais precisa e, ao mesmo tempo, escoar os donativos. “Temos muitas doações de roupa, calçado, brinquedos, artigos de bebé, bolsas, artigos para a casa, utensílios para o lar, objetos de decoração e também algumas peças de mobiliário. Muitos dos artigos são novos e outros são-nos dados em muito bom estado e não temos espaço para armazenar tanta coisa. Quando os recebemos fazemos uma seleção prévia. Uns são dados diretamente às famílias que apoiamos e os restantes são encaminhados para a loja”, explica a educadora social Isabel Francisco que está responsável pela loja.

Neste momento, a ambição passa por conseguir um espaço maior, com uma área para armazém, mas também ter mais voluntários que permitam ter a loja sempre aberta.

A Loja Social tem página de Facebook para quem quiser acompanhar as novidades e os interessados em fazer doações devem dirigir-se às instalações da Cáritas Paroquial de Santa Maria, que fica situada na Rua Silva Gaio, em Viseu, atrás da Igreja da Misericórdia.

IPSS presta ajuda 365 dias por ano sem interrupção

A Cáritas Paroquial de Santa Maria é uma IPSS, que apoia bebés, crianças, jovens, adultos e idosos, com as respostas Sociais de Centro de Acolhimento Temporário (CAT), Refeitório Social, Cantina Social e dispõe do Programa Operacional de Apoio às Pessoas Mais Carenciadas sendo a entidade coordenadora no concelho de Viseu pela distribuição dos alimentares, que mensalmente chega a 1184 beneficiários, que representam cerca de 390 famílias.

“O Centro de Acolhimento Temporário neste momento encontra-se com capacidade máxima. Tem sete quartos duplos e, neste momento, estamos com cheios porque temos grávidas, crianças e refugiados”, explica Ana Paula Ribeiro.

Também nas restantes respostas, os pedidos têm vindo a aumentar e, só no ano passado, a cantina social serviu cerca de 1600 refeições.

O refeitório social, cujo apoio é alargado ao distrito de Viseu, com duas refeições diárias (almoço e jantar), abrangeu também, no mesmo período, cerca de 60 beneficiários, representando cerca de 1440 refeições.

A partir do mês de março, as pessoas apoiadas pela Cáritas, que cumpram o requisito de estar a trabalhar, vão ter autonomia para fazerem as suas compras alimentares através de um cartão refeição. “Vão ficar responsáveis pelas suas compras e pela gestão do valor que vai ser dado em cartão. É uma novidade e vamos ver como corre”, adianta Ana Paula Ribeiro.

Seja noite ou dia, as portas da Cáritas estão sempre abertas. “Estamos abertos 24 horas. Há pessoas que vêm pedir refeição durante a noite e nós damos, nunca fechamos”, assegura.

Depois da pandemia, a diretora reconhece que houve um aumento nos pedidos de ajuda e atualmente a habitação “é um problema, pelos preços que se praticam”. “Apoiamos pessoas que trabalham e que têm o seu ordenado, mas não conseguem que o seu rendimento seja suficiente para todas as despesas”, diz.

Apoios do Estado não chegam para suportar todas as despesas

Neste momento, a situação financeira da Cáritas Paroquial é frágil. Os acordos com a Segurança Social, que são a principal fonte de receita da instituição, não são suficientes para suportar todas as despesas. “Nós prestamos um trabalho que exige recursos humanos permanentes, nas várias respostas sociais, e a maioria é suportada por nós. Se multiplicarmos aquilo que fazemos pelos 365 dias do ano é um valor alto e as despesas são cada vez maiores. Já o apoio dado pelo Estado é pouco e cobre cada vez menos. O aumento da comparticipação não acompanha, e como nós temos um acordo atípico ainda pior, porque alguns apoios que têm existido ao meio do ano para as outras instituições, nós não recebemos”, alerta o Cónego Manuel Matos, presidente da Cáritas.

Também o edifício da instituição “está a precisar urgentemente de obras”, mas a IPSS não tem verba para as intervenções necessárias.

Os responsáveis apelam a que a comunidade continue a contribuir com aquilo que pode e que as instituições locais não se esqueçam da instituição, já que para dar resposta às situações de emergência “a Cáritas é sempre a primeira a ser contactada”.

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