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O Tesouro da Catedral – Museu de Arte Sacra, da responsabilidade do Departamento dos Bens Culturais da Diocese de Viseu, inaugurou no passado domingo, 13 de abril, a exposição temporária ‘Meu Cristo’, que remete “para a Ressurreição em permanência e nos convoca para um caminho interior, de crescimento pessoal e de renovação, e de esperança sustentada num amor incondicional”.

Composta por 66 esculturas de Cristo Ressuscitado, da autoria do artista Paulo Neves, surge enquadrada no período da Semana Santa e da Páscoa e poderá ser visitada nos Claustros da Sé até ao dia 7 de maio.

Fátima Eusébio, coordenadora do Departamento dos Bens Culturais da Diocese de Viseu, destaca que “as peças contemporâneas são uma presença silenciosa no claustro renascentista, onde se encontram expostas, e convidam à contemplação, à meditação e a olhar Cristo enquanto se caminha, reforçando o sentido do espaço”.

Durante a inauguração da exposição, explicou aos presentes a origem do nome da exposição, assim como nasceram as peças artísticas. “Meu, o pronome possessivo do título da exposição, acentua a identidade das obras desta mostra com o seu autor. Além de constituírem o resultado do seu processo criativo, a materialidade das peças interliga-se com a sua vida. O buxo, que o Paulo Neves plantou há mais de cinquenta anos, junto à sua casa, e que viu crescer e robustecer-se foi presença diária ao seu olhar acabou por secar. Porém, o artista fê-lo renascer sob a forma da imagem da verdadeira árvore da vida, Cristo. A planta, que ligou as gerações passadas e presentes da família do artista, eterniza-se, assim, através da imagem de Cristo Ressuscitado, numa união entre a matéria e o transcendente. A partir do tronco e dos ramos, com formatos que resultaram do ritmo de vida e da vitalidade da planta, o artista corporizou 33 (um número simbólico) imagens de Cristo, sem uma intervenção excessiva. Veem-se os veios da madeira, as formas são sintéticas, desenvolvem-se e contorcem-se como um organismo vivo”, descreveu.

O processo criativo do autor deu origem a 33 imagens de madeira que foram duplicadas em 33 imagens de bronze, “reforçando não só a sua longevidade e continuidade, mas também a ideia de renovação e de revelação, induzindo a novos olhares e interpretações”, explicou a responsável.

“Enquanto que a forma orgânica e a nudez da madeira, na sua beleza natural, infundem delicadeza, serenidade e leveza, o bronze, com maior diversidade de tons e com a infusão de ouro nos rostos, fortifica o sentido do mistério e da plenitude”, acrescentou.

‘Meu Cristo’ é a voz de Paulo Neves, “artista e homem, que entende o que quer dizer e como o dizer de forma consolidada e aprofundada, uma expressão do seu amor à natureza, à vida e a Cristo”, realçou Fátima Eusébio, agradecendo a generosidade do artista e do proprietário atual das peças, que também esteve presente, por as disponibilizarem para serem apresentadas em diferentes locais.

O Bispo de Viseu, D. António Luciano, que também marcou presença, destacou a importância de Cristo Ressuscitado como fonte de esperança e amor para a humanidade. A partir do título da exposição ‘Meu Cristo’, o Bispo fez uma reflexão sobre a Semana Santa, que se iniciou naquele Domingo de Ramos, realçando que é importante fazer a distinção sobre aquilo que é o estudo de muitos teólogos: o Cristo histórico e o Cristo da fé. “Não podemos entender a pessoa de Cristo, na sua totalidade, sem recorrer aos Evangelhos que nos falam da pessoa de Jesus num contexto concreto da sua vida e da história do seu povo e da humanidade”, destacou o Bispo.

“A reflexão sobre o Cristo da fé e o Cristo histórico é para os cristãos uma só pessoa. Por desígnio de Deus, a divindade de Cristo assume a natureza humana no seio de Maria. Por isso, para os Cristãos, como nos ensina São Paulo, a pessoa de Jesus Cristo é única, o Cristo total, verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, que passou a vida a fazer o bem, morreu na cruz, ressuscitou ao terceiro dia e está vivo no meio de nós”, concluiu, pedindo aos presentes que adquiram mais conhecimento da vida de Cristo, a partir da Sagrada Escritura, de um modo particular pelo estudo dos Evangelhos.

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