
Faleceu o nosso querido Papa Francisco. Como ele escreveu na ‘Evangelii Gaudium’: “Alcançai-nos agora um novo ardor de ressuscitados para levar a todos o Evangelho da vida que vence a morte” (EG n.º 288).
Na segunda-feira da Oitava da Páscoa, na manhã do dia 21 de abril, pelas 7h35, na Casa de Santa Marta, no Vaticano, em Roma, o Papa Francisco partiu para a Casa do Pai.
Deus chamou o Papa do Povo, que viveu os valores do Evangelho em favor dos pobres e marginalizados na Igreja e na sociedade. É conhecido por ter um coração cheio de ternura e compaixão, próximo de todos.
Foi defensor de grandes causas de todo o género humano e construtor de uma sociedade justa, fraterna e em paz.
Foi um Papa para todos, todos, todos, desafiando os cristãos a anunciar ao mundo a “Alegria do Evangelho”. Entregou toda a sua vida a Deus e à igreja até ao último momento da sua existência e fez do seu ministério petrino uma profecia de fé e de esperança.
Empenhou-se na transformação e renovação da Igreja em caminho sinodal, “na comunhão, na participação e na missão”.
O seu lema Episcopal: “Olhou-O com misericórdia e escolheu-O”, foi para ele um dinamismo espiritual único e constante, no caminho do discernimento espiritual e da “conversação no Espírito”.
No dia da sua eleição como Sumo Pontífice, na Praça de São Pedro, pediu ao povo a bênção de Deus, acrescentando: “Rezem por mim”.
Foi um Papa de palavras, de afetos e de gestos muito simples com humildade. Com uma dedicação extraordinária à Igreja e ao serviço do mundo, na construção da paz e na defesa dos injustiçados, deixou uma marca profunda de Deus ao cuidar de todos, em especial os pobres, doentes, imigrantes e refugiados.
Recordemos a sua visita à ilha de Lampedusa para defender os migrantes e os refugiados, onde apelou, diante dos que morreram na travessia do Mar Mediterrâneo, lutando contra a globalização da indiferença, um tema marcante em todo o seu Pontificado.
O Papa, que visitou tantos países e neles deixou uma mensagem viva do Evangelho, tornou-se uma presença da Igreja missionária e abriu as portas para as periferias.
Convocou o Ano Santo Extraordinário da Misericórdia, o Sínodo da Família, dos Jovens e da Sinodalidade em curso, participou ativamente nas Jornadas Mundiais da Juventude e abriu as portas do Ano Santo Jubilar de Esperança.
Tocou a vida de crentes e não crentes, e foi o Papa das grandes causas, da fraternidade, da solidariedade e do cuidado da casa comum, o protetor das crianças e adultos vulneráveis. Condenou os abusos sexuais na Igreja e toda a forma de abusos de poder e de consciência junto dos mais indefesos.
Aproximou os jovens da Igreja, convidou-os à santidade, lembrando os santos ao pé da porta e os anónimos. Foi um Papa com coração, que nos apresentou como última encíclica ‘Dilexit-Nos’, o amor do Coração de Jesus, nosso Irmão, Amigo, Companheiro e Filho de Deus, que “AMOU-NOS” até ao fim.
Obrigado Papa Francisco pelos teus ensinamentos, exemplo de vida e testemunho de fé em Cristo Ressuscitado. Agradecemos-lhe, ainda, por pedir aos cristãos e pessoas de boa vontade atitudes novas de “acolhimento, de proximidade, de escuta, de diálogo e de serviço”.
Neste contexto, lembramos a sua grande devoção a Nossa Senhora, Salvação de todo o ser humano. Que Santa Maria, Salvação do Povo Romano, continue a Sua missão de Mãe. “Temos Mãe”!
Continuemos o legado do Papa Francisco na Igreja e no mundo, lutando contra a indiferença, construindo a paz e o amor, sinais do Jubileu de Esperança.
Recordamos e homenageamos o Papa Francisco, com as nossas orações, que partiu para a Casa do Pai aos 88 anos.
Obrigado Papa Francisco!
Descansa em paz junto de Deus…
António Luciano, Bispo de Viseu