O Convento de Santa Beatriz da Silva, em Viseu, recebeu a festa em honra da sua padroeira, ontem, 17 de agosto, com a celebração da Eucaristia presidida pelo Bispo de Viseu, D. António Luciano, com a presença das Monjas Concepcionistas Franciscanas, de fiéis e devotos.
Na homilia, o Bispo realçou o testemunho e exemplo de santidade de Santa Beatriz da Silva, fundadora da Ordem da Imaculada Conceição, que deixou tudo “para seguir Jesus através da oração, contemplação e silêncio, imitando o sim de Maria Imaculada, um dom concedido à Igreja através da sua vocação contemplativa”. “Deixou os prazeres e as seduções do mundo para seguir o Senhor com desprendimento, esvaziamento interior, simplicidade, humildade e disponibilidade, servindo com pobreza, castidade e obediência, procurando em tudo fazer a vontade de Deus”, referiu o Bispo.
A partir da Palavra de Deus, D. António Luciano realçou “que todos os fiéis na Igreja são chamados à santidade”, sejam eles pastores, consagrados ou leigos. “A santidade não é um privilégio de alguns, mas um dom para todos os filhos de Deus”, disse.
O Bispo frisou, ainda, que “devemos procurar ver Deus em todas as coisas e viver unidos a Cristo, no dia a dia, mergulhados no mistério, na vivência e no testemunho da fé, com disponibilidade e humildade para servir o próximo”.
Para as Monjas Concepcionistas, a solenidade deste dia ajudou-as a celebrar as raízes da sua vocação. “Celebramos aquela que, sendo dócil ao Espírito Santo, nos transmitiu a beleza do nosso carisma Mariano-Imaculista”, enalteceu a Abadessa, Madre Maria Isabel Silva Bernardes.
Santa Beatriz da Silva é descrita pela Madre como “uma mulher de ânimo varonil, sendo sempre um modelo e um estímulo para fazer opções numa fidelidade criativa e radical no tempo que nos é dado viver”. “Celebrar esta efeméride é renovar o nosso olhar sobre o que de mais íntimo nos legou esta mulher portuguesa do séc. XV. Apesar do seu silêncio e discrição deixou às suas filhas espirituais três amores que são o eixo da nossa forma de vida: “A vida tem uma mãe: a Imaculada. O coração tem um ninho: o sacrário. O sofrimento tem um álbum: a Cruz”. Portanto, honrar Maria Imaculada, viver da Eucaristia e unir-se à Paixão de Cristo. Trata-se de rever a própria vida, desde estas perspetivas espirituais e carismáticas, numa luta ativa contra o pecado, procurando viver as atitudes de Maria no seguimento de Cristo (Constituições Gerais n.º 9,2)”, concluiu a Abadessa.
Esta ordem religiosa, de clausura monástica e vida contemplativa, foi fundada por Santa Beatriz da Silva e é caracterizada pela devoção à Imaculada Conceição, Paixão de Cristo e à Santíssima Eucaristia.