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«Oiço falar que as casas poderão começar a ser entregues no final de 2017. Quem ficou sem teto não pode esperar tanto tempo», frisa Eugénio Fonseca

O presidente da Cáritas Portuguesa sublinhou hoje a urgência de agilizar o apoio às populações e regiões mais atingidas pelos incêndios, sobretudo os trabalhos de construção das casas das pessoas desalojadas pelas chamas.

Em entrevista à Agência ECCLESIA, Eugénio Fonseca referiu-se em particular a situação do Funchal, a localidade “mais atingida” pelos fogos deste verão.

“Já oiço falar que as casas poderão começar a ser entregues no final de 2017. Eu acho isso impossível, não é preciso tanto tempo para construir casas. Poderá acontecer com algumas, pela localização em que estão, mas todas não”, frisou aquele responsável, salientando que “quem ficou sem teto não pode esperar tanto tempo”.

“Que haja articulação, que cada um faça o que tem a fazer, e se não o fizer que seja responsabilizado, não se perca é mais tempo em estudos, em levantamentos, em ordenamentos do território, porque essa é sempre a mesma conversa, todos os anos”, alertou.

Os meses de verão em Portugal estão novamente a ser marcados por uma enorme vaga de incêndios, que já provocou vários mortos e feridos graves, destruiu cerca de duas centenas de habitações e devastou milhares de hectares de floresta.

No mapa dos fogos, as dioceses mais afetadas até ao momento são as do Funchal, na Região Autónoma da Madeira, e Aveiro, Guarda, Porto, Viana do Castelo e Viseu, em Portugal continental.

Eugénio Fonseca espera que “de uma vez por todas se encontre um plano de intervenção para as florestas do país, para que não continue este espetáculo de Verão que Portugal tem continuamente oferecido ao mundo”.

O presidente da Cáritas Portuguesa considera “incompreensível” a falta de investimento na “prevenção” dos fogos.

“Parece que já há um plano elaborado há dois anos e depois não conseguimos perceber como é que ele não se executa. Assim é legítimo pensar que outros interesses se levantam”, aponta aquele responsável, que deixa uma mensagem aos políticos.

“Eles têm também de se interrogar sobre qual é a missão que estão a desempenhar, tendo em conta que a assumiram para defender o bem comum e não interesses particulares e cooperativos”, realça.

Neste momento, a Cáritas Portuguesa tem como principal preocupação as pessoas mais carenciadas em concelhos como o Funchal (Madeira) Arouca (Porto) e São Pedro do Sul (Viseu).

Além de terem ficado sem casa, muitas pessoas têm a sua subsistência ameaçada por terem perdido os seus locais de negócio e os seus terrenos.

Há ainda a questão dos pastos para o gado, que por exemplo no concelho de Arouca arderam praticamente todos, isto numa região onde existem muitos agricultores e produtores de gado.

“Estamos a falar de uma necessidade que poderá durar entre quatro a seis meses, conforme o inverno chegue mais cedo ou não”, alerta Eugénio Fonseca.

Para responder às interpelações das populações mais afetadas pelos fogos, a Cáritas Portuguesa lançou uma campanha nacional solidária que permitiu recolher até agora cerca de 257 mil euros.

O presidente do organismo católico agradece o contributo das populações para esta causa, que “precisa muito mobilização de todos”, e garante que, apesar de a Cáritas “não querer fazer nada isoladamente, ela não esperará muito mais tempo para começar a agir”.

“As pessoas só vão acreditar no que estamos a prometer quando começarem a ver as casas a nascer. E o povo que está a dar o dinheiro também só ficará plenamente convencido de que foi útil a sua solidariedade quando começar a ver acontecer alguma coisa. E isso não pode levar mais do que quatro a cinco meses, no máximo, têm que começar já paredes a subir”, conclui.

G.I./Ecclesia:JCP

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