Expectativa sobre visita do Papa Francisco e polémica sobre contratos de associação entre factos marcantes do último ano.
A visita da Imagem Peregrina às dioceses, a perspetiva da visita do Papa a Portugal e o debate sobre a legalização da eutanásia foram temas em destaque, ao longo de 2016, na vida da Igreja Católica.
A 13 de maio, os bispos católicos de Portugal consagraram em Fátima as dioceses do país ao “ao Imaculado Coração de Maria” e rezaram por uma “sociedade justa e solidária”.
A iniciativa, que decorreu no final da peregrinação internacional do 13 de maio, na Cova da Iria, assinalou o encerramento da visita de 12 meses da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima às comunidades católicas do país, com mais de 22 mil quilómetros percorridos de norte a sul de Portugal, para além das ilhas.
Este é um dos assuntos destacados na edição de fim de ano do Semanário ECCLESIA, que lhe dedicou em maio um número especial.
A vitória de Portugal no Euro-2016, sob a liderança de Fernando Santos, também mereceu uma edição especial do Semanário ECCLESIA.
Já em dezembro, a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) publicou uma carta pastoral dedicada ao centenário das Aparições na Cova da Iria (1917 – 2017), intitulada ‘Fátima, sinal de esperança para o nosso tempo’, que sublinha a importância deste aniversário.
O presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, que se encontrou com o Papa no Vaticano, em março, seria o primeiro a anunciar oficialmente o que o Vaticano confirmou depois, há duas semanas: Francisco vai estar na Cova da Iria de 12 a 13 de maio de 2017, na sua primeira visita ao santuário português, em “peregrinação”.
Em março, a CEP divulgou uma nota para contestar uma eventual legalização da eutanásia no país, rejeitando soluções que coloquem em causa a “inviolabilidade” da vida.
“Não pode justificar-se a morte de uma pessoa com o consentimento desta”, refere a nota pastoral, intitulada ‘Eutanásia: o que está em causa? Contributos para um diálogo sereno e humanizador’.
Já em maio, o porta-voz da CEP manifestou a “preocupação” dos bispos católicos com as mudanças nos contratos de associação do Governo com as escolas do ensino particular e cooperativo, apoiando a manifestação promovida por estas instituições.
Não pode justificar-se a morte de uma pessoa com o consentimento desta.
O novo ano começaria, ainda assim, sob o signo desta polémica, com consequências para a vida das escolas católicas.
Em setembro, os bispos que constituem o Conselho Permanente da CEP pediram que a lei e os acordos sejam respeitados quanto aos contratos de associação e ao IMI – Imposto Municipal sobre Imóveis, neste caso tendo em conta o que está acordado na Concordata de 2004.
A nível de nomeações e movimentações episcopais, assinala-se a sucessão de dois bispos diocesanos pelos coadjutores: D. João Lavrador sucedeu a D. António de Sousa Braga como bispo da Diocese de Angra; já a Diocese de Beja viveu a passagem de testemunho de D. António Vitalino para D. João Marcos.
O Papa Francisco nomeou como bispo auxiliar do Porto D. António Augusto Azevedo, antigo reitor do Seminário Maior da diocese; o ano começou com a ordenação episcopal de D. Nuno Almeida, bispo auxiliar de Braga, em Viseu.
Em Évora, o arcebispo D. José Alves, de 75 anos, revelou na celebração do seu 50.º aniversário de ordenação sacerdotal que o Papa lhe pediu para continuar mais um ano nesta missão.
As comunidades católicas Portalegre-Castelo Branco, Viseu e Lisboa encerraram os seus sínodos diocesanos, com orientações para os próximos anos.
Isabel Capeloa Gil tomou posse como nova reitora da Universidade Católica, tornando-se a segunda mulher a ocupar o cargo.
Nesta última edição de 2016, o Semanário ECCLESIA recorda ainda algumas figuras que faleceram ao longo do ano, entre elas o bispo emérito de Macau, D. Arquimínio Rodrigues da Costa, que morreu em setembro, aos 92 anos, na ilha do Pico (Açores).
G.I./Ecclesia