Open/Close Menu A Diocese de Viseu é uma circunscrição eclesiástica da Igreja Católica em Portugal

A Fábrica da Paróquia de Abraveses, a Câmara Municipal de Viseu e a Junta de Freguesia de Abraveses assinaram um acordo, na passada segunda-feira, 9 de janeiro, considerado histórico que põe fim a um diferendo de décadas entre a Paróquia e a Junta de Freguesia.

O entendimento vai permitir realizar duas obras há muito reivindicadas pela população local: requalificar o Largo do Arraial que inclui toda a zona envolvente da atual Igreja Paroquial e construir um novo complexo paroquial, que engloba a construção de uma nova igreja, em terrenos junto ao departamento de saúde mental do Centro Hospitalar Tondela-Viseu (hospital de psiquiatria).

O diferendo tinha décadas. Começou em finais de 1944, chegou a um processo litigioso em 2002, passou pelas mãos de três Bispos da Diocese de Viseu, de vários padres e presidentes de junta, mas, graças a “cedências de parte a parte” chegou a bom porto como admitiu o presidente da Junta de Freguesia de Abraveses, Rui Almeida.

As obras de requalificação do largo do Arraial e envolvente vão arrancar em breve devendo estar concluídas antes do final do verão. O investimento de cerca de 400 mil euros vai ser assumido pela Câmara Municipal de Viseu, prevendo a melhoria de toda a área e a criação de novos equipamentos incluindo o arranjo Adro da Igreja Matriz.

Para o presidente da Câmara, Almeida Henriques o acordo agora formalizado vai representar, no entanto, um investimento superior ao valor da obra no ‘Arraial’ que em breve irá posta a concurso publico. “Estamos a falar de um compromisso que tem um encargo direto, mas este contrato traz outros encargos que vão implicar nos próximos anos para cima de um milhão e 300 mil euros de investimento da autarquia, o que significa que o valor que estamos a alocar é um milhão e 800 mil euros de dinheiros públicos para que fique bem resolvido um problema antigo”, adiantou ao considerar o “ato relevante para a população.

O outro lado do acordo assinado vai permitir a cedência por parte da autarquia de duas parcelas à Fábrica da Igreja de Abraveses para ali levantar o Complexo Paroquial que inclui a construção de uma nova Igreja. O Padre António Henrique, que há dois anos herdou o problema, destacou o papel das partes na resolução do litígio inclusive do seu antecessor, o Padre António Rocha já falecido. “A resolução deste acordo nunca esteve fora do meu horizonte e por isso me congratulo com esta resolução, sublinhou. Para o pároco, a concordância representa “um futuro de esperança para esta Paróquia ganham que hoje corpo e alma renovadas”. “Isto não é o fim de nada é apenas uma primeira conclusão de pressuposto que nos levarão a algo mais de nos fazer sentir o que verdadeiramente somos em Jesus, uma família”, avançou num desejo implícito de avançar com a construção do novo complexo paroquial: “Com estas novas possibilidades, sonhemos juntos, porque quem não sabe sonhar não percebe o que é a esperança. Nós sabemos e por isso aqui estamos a caminhar pelo bem da freguesia e da nossa paróquia”.

O desejo de um novo Complexo Paroquial

A assinatura do acordo tripartido começou com o tradicional cantar das janeiras no Adro da Igreja de Abraveses e prolongou-se pela sede da junta de freguesia com dezenas de populares a assistirem dentro e fora do edifício. “Um momento histórico” consideraram todos os intervenientes. Para o presidente da Junta de Freguesia de Abraveses resulta de um “longo trabalho” que vai marcar a comunidade nas próximas gerações em diferentes áreas. “Refiro-me essencialmente ao investimento direto e indireto que por via deste acordo o município de Viseu fará a curto e a médio prazo nas novas acessibilidades, novas áreas destinadas a novos equipamentos e, consequentemente, novas respostas sociais”, acrescentou o autarca.

Este empenho na construção do bem público que, segundo os protagonistas do acordo, vingou nas negociações foi o enfoque dado pelo Bispo da Diocese, D. Ilídio Leandro no seu discurso. “Na vida humana, política, social, cultural e religiosa precisamos de lugares concretos com símbolos e expressões, com pessoas e gestos que nos ajudem a viver e a saudar a vida na diversidade das suas diferentes dimensões e expressões. Também a dimensão religiosa é rica nestes momentos e torna-se indispensável para todas as pessoas que aqui vivem nos momentos e circunstâncias mais diversos e importantes”, alertou.

“A sociedade, ainda que laica, porque deve ser tolerante e aberta na sua afirmação, não pode deixar de respeitar a diversidade dos credos e a sua importância concreta em cada uma das situações nas quais age e intervém”, concluiu D. Ilídio Leandro.

G.I./J.B.:EA

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