Completam-se em 2017 quatro séculos após S. Vicente de Paulo, animado de zelo apostólico, ter recebido a inspiração celeste que o chamava a fundar uma comunidade de missionários devotados à evangelização dos pobres e à criteriosa formação espiritual, doutrinal e pastoral do clero.
Graças à fecundidade apostólica dessa intuição fundacional viriam a nascer a Congregação da Missão, a Companhia das Filhas da Caridade e a plêiade de instituições de serviço fraterno aos mais pobres e marginalizados, de que as Conferências Vicentinas são hoje uma das expressões sociais mais conhecidas. Celebra-se igualmente no ano de 2017 o terceiro centenário da entrada em Portugal da Congregação da Missão.
Com efeito, as duas datas evocam a missão eclesial de S. Vicente de Paulo e do carisma que o inspirou a favor dos pobres, da reforma do clero e da caridade que ele soube converter em inúmeros projetos sociais.
O coração do carisma vicentino é o exercício da caridade cujo modelo foi dado pelo divino Mestre. S. Vicente de Paulo resumiu as virtudes do filho de Deus a duas principais: união com o Pai e caridade para com os homens. A atualização deste carisma passa hoje pelo compromisso com os mais pobres, que de todos os cristãos exige ações concretas que, em espírito de missão e de serviço à Igreja, se hão de traduzir em obras mais do que em palavras. Urge, antes de mais, revisitar as origens e divulgar o pensamento e a obra do santo da caridade como imperativo de programas pastorais. Este “vinho novo” do carisma terá, com certeza, consequências na atividade pastoral e na qualidade do serviço à Igreja em geral. Importa também perceber que as instituições estão chamadas a ser a expressão encarnada do carisma.
A história continua a escrever-se e é tão bela como nos primórdios porque o conteúdo é o mesmo: incarnar o amor de Deus tornando-o percetível por cada homem e por cada mulher de hoje a quem o rosto misericordioso de Deus se quer manifestar. Duas coisas são urgentes, porém: novos agentes para continuar a escrita desta “historia” e mudança de mentalidade para entender e ser entendido por esta sociedade no meio da qual vivemos e a quem somos continuamente enviados. Garantia de que isso é possível, a frase de S. Vicente de Paulo: “O amor é inventivo até ao infinito”.
Na Diocese de Viseu, vamos dar início às comemorações do Ano Jubilar para a Família Vicentina no dia 25 de janeiro, na Igreja do Convento de Orgens. Aí teremos Eucaristia às 20,30h, presidida pelo Sr. D. Ilídio, e gostaríamos de ter presentes todos os membros da Família Vicentina (Padres Vicentinos, Conferências Vicentinas e JMV), paroquianos de Orgens e São Salvador, bem como todos os que se queiram associar a nós para dar graças a Deus pelo Carisma Vicentino. No final da Eucaristia teremos um tempo de convívio com lanche partilhado.
G.I./J.B.:Pe Álvaro Cunha, CM