Quatrocentos anos depois de São Vicente de Paulo ter instituído a Congregação da Missão, o Convento de São Francisco do Monte, em Orgens, acolheu, na passada semana, em 25 de janeiro, as comemorações jubilares da Congregação da Missão, numa cerimónia presidida pelo Bispo da Diocese, D. Ilídio Leandro.
A celebração da abertura das comemorações juntou muitos fiéis no Convento de Orgens, onde os Padres Vicentinos celebram a eucaristia, local inserido na paróquia com o mesmo nome, e também na paróquia de São Salvador (desde 2014), na recém-formada Unidade Pastoral.
Na homilia, D. Ilídio Leandro referiu-se ao Carisma Vicentino, que assinala este ano quatro séculos de existência, como o “portador de um código genético de grande conteúdo cultural” e que, na sua opinião, encontra no apóstolo São Paulo “um dos grandes expoentes do seu carisma”. Com efeito, tendo como marco a data de 25 de janeiro – da conversão de São Paulo – o Bispo de Viseu aludiu igualmente à postura de São Vicente de Paulo na criação da Congregação da Missão, da Companhia das Filhas da Caridade (em conjunto com Santa Luísa de Marillac), mas também outras “que foram agentes da vivência do Evangelho que São Paulo entendeu de forma maravilhosa e que a ele se converteu”. “São Paulo está muito na génese do Carisma Vicentino, pela evangelização e pela prática da caridade e do amor”, referiu o Prelado.
D. Ilídio apresentou posteriormente uma resenha histórica da presença dos Padres Vicentinos em Portugal, partindo da leitura de uma nota pastoral (de reconhecimento) da Conferência Episcopal. Foi, de resto, nesse prisma, que o Bispo de Viseu transmitiu que São Vicente de Paulo “pensou e organizou a caridade, as missões populares, a formação cultural e pastoral do clero, e a formação nos seminários”, enaltecendo os três séculos em que aqueles aqui estão, nomeadamente os 95 anos em que estão na Diocese de Viseu e os 46 na paróquia de Orgens.
No final da celebração, o Padre Vicentino Álvaro Cunha, provincial da comunidade de Viseu, leu uma pequena nota, aludindo ao trajeto que os seus pares realizaram em Portugal e nesta Diocese, em particular, sendo que aquele está intimamente ligado com o desejo que São Vicente de Paulo promoveu desde o sermão de Folleville, em França, em 1617: “a descoberta da carência espiritual do pobre, o despertar para a urgência da evangelização das vilas, campos e cidades”. Por fim, agradeceu a presença de todos, a quem dirigiu “uma palavra de gratidão”.
G.I./J.B.:PBA