Apresentados Roteiro e Bilhete-conjunto para visita ao Tesouro da Sé e Museu da Misericórdia.
A luz que se vê e o som que se ouve no Tesouro da Catedral de Viseu parecem ainda mais mágicos quando, no alto, a lua (na fase de quarto crescente) sobressai no céu escuro. A ascensão a um outro patamar torna-se mais nobre quando esse ‘Caminho da Luz’ é percorrido durante a noite. Foi isso que aconteceu na passada sexta-feira, 18 de maio, Dia Internacional dos Museus, e cuja Noite dos Museus foi antecipada, em 24 horas, no Tesouro da Catedral com um fausto programa que captou o interesse e a presença de várias dezenas de pessoas.
Reunidos junto da relíquia de São Teotónio, os muitos visitantes foram recebidos por D. Ilídio Leandro, Administrador Apostólico da Diocese de Viseu, e por Fátima Eusébio, coordenadora do Departamento dos Bens Culturais da Diocese e do Museu Tesouro da Catedral. Em breves palavras, Fátima Eusébio propôs o caminho da luz que nessa noite estava projetado para acontecer na Catedral e no Museu.
O grupo seguiu rumo ao Museu e à exposição temporária ‘Caminho da luz: a luz que se vê e o que se ouve no Tesouro da Catedral’, onde se incluíram obras contemporâneas de José Parente e de Isabel Ramos. Estancando o passo a meio da escadaria, o grupo sentiu o primeiro momento da noite: ‘O Amor não se Explica’, espaço para acolher a certeza da vocação a Deus e escutando a mensagem que ecoava nas paredes.
No alto do escadório, o segundo momento da visita: ‘Maria Sim’, a felicidade da Escolhida por Deus para ser a Mãe do Seu Filho. No coro-alto, espaço mandado edificar pelo Bispo D. Miguel da Silva, no século XVI, como indicou Fátima Eusébio, foi tempo para o terceiro átimo: ‘Louvar a Deus… com a música’, rodeando-se os visitantes, primeiro em redor do ‘Batismo’ e depois em volta da estante do Livro de Cantochão feito em pau-santo, que rodava e onde se ensaiavam as músicas.
Na sala do Cabido, onde reuniam os Cónegos da Sé, foi tempo do quarto momento: ‘Serviço e Missão’, de um lado o Cabido, ao serviço da Catedral, gerindo a mesma nas suas diferentes formalidades, e do outro o Bispo, na incumbência e na missão de ser a figura suprema da Igreja da Diocese. Por fim, o quinto momento: ‘Testemunhar… dar a vida’, expressão máxima da entrega a Deus, prestando um serviço à humanidade.
Em seguida, o grupo foi sendo direcionado para os claustros do museu, ora para observar o colorido globo que se encontrava no ‘Passeio dos Cónegos’, ora para ver daí o lado noturnal da cidade.
Bilhete-conjunto dos museus Tesouro da Catedral e Tesouro da Misericórdia
A apresentação do bilhete-conjunto dos museus Tesouro da Catedral e Tesouro da Misericórdia decorreu nos claustros, junto à sala do Cabido. Fátima Eusébio, por parte do Tesouro da Catedral, reforçou a importância da parceria entre os dois espaços museológicos para um desejado aumento no número de visitantes em ambos os locais. A diretora do Tesouro da Sé e também coordenadora do Departamento dos Bens Culturais da Diocese abordou ainda o projeto do núcleo museológico da Igreja do Carmo que está em fase de construção.
Por seu turno, Henrique Almeida, diretor do Tesouro da Misericórdia, referiu-se ao bilhete-conjunto como “um projeto que vem sendo alimentado desde há pelo menos quatro anos”, e que agora entra numa nova fase, ainda mais “num momento simbólico como é este Dia Internacional dos Museus”, apontou.
Roteiro “é dedicado a D. Ilídio”
O Roteiro Tesouro da Catedral – Museu de Arte Sacra é, na opinião de Fátima Eusébio, “equilibrado” e que faz alusão descritiva a “tesouros que nos dizem muito”. O livro estará à venda por dez euros e tem uma segunda parte dedicada à história da Catedral. “São breves notas da história da Catedral, de uma forma muito sintética com imagens de muita qualidade”, que poderão ser lidas por quem deseja conhecer melhor a Sé de Viseu. “É um contributo que damos a quem nos visita”, reforçou Fátima Eusébio.
A obra é dedicada a D. Ilídio Leandro, Administrador Apostólico da Diocese e que foi seu Bispo durante 12 anos. D. Ilídio agradeceu “todo este carinho” e lembrou a “casualidade grande, benéfica e providencial” que “constituiu a vinda da doutora Fátima Eusébio para a Diocese”. Nesse prisma, o Administrador Apostólico sustentou que “só posso dizer que agradeço ter acontecido esta casualidade no meu tempo [Bispado]”, e elucidou que essa ligação “possibilitou fazer na Diocese um caminho científico, eclesial e cristão”, recordando marcos significativos como a realização da História da Diocese de Viseu em três volumes, única em Portugal no seu formato e nos atuais estudos modelares de História Religiosa.
“A Catedral não é um museu, mas é um espaço com um património extraordinário”
G.I./J.B.:PBA