A Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios (CEVM), da Igreja Católica em Portugal, publicou os dados mais recentes do número de alunos nos Seminários, que indicam um crescimento significativo relativamente aos últimos anos.
“Se há jovens que continuam a confiar na Igreja, nós temos que merecer esta confiança e naturalmente tem que aprimorar a sua formação sobretudo em duas dimensões: a humana e afetiva e depois na formação permanente, contínua, que no passado por vezes ficou um pouco esquecida”, realça o padre José Alfredo da Costa, secretário da CEVM.
A Estatística Nacional dos Seminários, atualizada até janeiro de 2019, compreende um arco que vai desde o Pré-Seminário aos Seminários Menores, aos alunos do chamado Ano Propedêutico, aos Seminários Maiores e aos Seminários Redentoris Mater, do Movimento Neocatecumenal.
A análise, que se estendeu às 20 dioceses do país, permitiu verificar que existem atualmente 580 adolescentes, jovens e adultos a frequentarem as diversas instituições formativas e vocacionais da Igreja Católica no país.
O número é mais elevado quando são tidos em conta os alunos provenientes de dioceses estrangeiras, passando para 595.
Em 2012, a estatística nos Seminários era de 474 alunos, o mínimo do século XXI, mas desde então o número de candidatos voltou a crescer e a aproximar-se de dados de outras épocas, como em 2000, quando o total era de 547.
“Os frutos veremos depois mais dentro de alguns anos, é preciso confirmar com o número das ordenações e outros aspetos, que é um trabalho que também estamos a fazer mais ainda não está em altura de ser publicado”, ressalva o secretário da CEVM, que, no entanto, considera estes indicadores já “um ganho” para a Igreja Católica em relação ao “investimento das dioceses”.
Aquele responsável cita de modo especial os 258 elementos que estão em caminhada no Pré-Seminário, a primeira fase da formação vocacional.
“O trabalho desta realidade, do Seminário em Família, implica equipas de pessoas, atividades, logística, e nesse sentido é um dado importante, porque significa que as dioceses estão a investir neste trabalho da pastoral vocacional, o que é muito bom”.
No que toca à realidade de cada diocese, Lisboa (109), Porto (89) e Braga (62) permanecem como os territórios com mais prevalência de vocações, seguidas de perto por congéneres como Angra (47), Aveiro (46), Setúbal (40) e Viana do Castelo (40).
Um dos desafios da CEVM é trabalhar no sentido de favorecer a dinamização de mais vocações em regiões mais desertificadas ou do interior, como a Guarda e Portalegre-Castelo Branco (2), o Algarve e Viseu (5).
O padre José Alfredo recorda que estas dioceses eram historicamente “dioceses com muitas vocações”.
G.I./J.B.