A Cáritas Paroquial de Santa Maria de Viseu vai lançar até ao final do ano um projeto de apoio domiciliário inovador. O serviço consiste num apoio de proximidade ao utente que se mantém em sua casa e que não se limita a entregar a refeição ou assegurar a limpeza da residência.
“Será um apoio domiciliário diferente, mesmo de proximidade, não só entregar a refeição e vir embora, mas fazer um acompanhamento se possível a consultas”, explica a diretora técnica da Cáritas Paroquial de Santa Maria de Viseu, Ana Ribeiro. A responsável acrescenta que a nova valência pretende ainda assegurar “o acompanhamento de perto na toma da medicação, por exemplo, e mesmo no que respeita às refeições: “Há idosos que preferem que seja confecionada a refeição nas suas casas e estamos também a pensar fazer isso, poder ir com eles ao supermercado uma vez por semana para comprar os produtos e a própria funcionaria, fazer com eles uma refeição (duas vezes por semana)”. Ana Ribeiro acrescenta que o projeto tem igualmente em conta retirar pontualmente o utente de casa para não entrar num processo de isolamento. “Como a instituição tem uma animadora, pretendemos não nos limitarmos a ir só a casa do idoso, mas fazer com que o idoso também possa, de vez enquanto, vir à nossa instituição, integrando-o nas nossas atividades”, concretiza.
Este projeto diferenciado de apoio ao domicílio, pensado há já algum tempo na Cáritas Paroquial de Santa Maria de Viseu – para a área da paróquia e a zona de Gumirães – já funciona em cidades como Lisboa e em outros países com resultados positivos. Nesse sentido, Ana Ribeiro considera que está na hora de avançar e acredita que pode ter forte adesão também em Viseu, numa altura em que na instituição aumentou a procura de pessoas a pedir apoio domiciliário na zona do centro histórico de Viseu.
“Eu já trabalhei na área de idosos e faz sentido o apoio domiciliário neste contexto, porque levar a refeição satisfaz só uma necessidade e nem é a principal que o idoso deseja que seja combatida, mas a própria interação naquela hora em que o idoso está ativo. Depois, o idoso pode estar sentado a descascar uma batata, estar em atividade, vai ter a sua refeição feita em sua casa com os seus produtos. Ali paga-se não a refeição, mas o tempo da [atividade] da funcionária”, enfatiza.
Ano de eventos solidários para angariar fundos
Para vencer as atuais dificuldades financeiras, a Cáritas Paroquial de Santa Maria de Viseu está a desenvolver um plano para “encontrar novas formas de equilibrar o orçamento, dando novas respostas à população”, acrescenta Ana Ribeiro.
A resposta domiciliária é já uma valência em desenvolvimento. Para tal, a Cáritas Paroquial de Santa Maria de Viseu necessita de uma nova equipa de funcionários e de uma carrinha adaptada de três lugares, que vai custar cerca de 20 mil euros, a par dos licenciamentos obrigatórios.
“O trabalho com a comunidade tem sido mais direto e não temos essa resposta. Gostaríamos de avançar com o apoio domiciliário até ao final do ano, mas neste momento ainda não temos condições, precisamos de angariar apoios. Uma deles é ter uma carrinha. Fizemos um primeiro evento, um jantar solidário (23 de fevereiro) que correu muito bem e vamos fazer ao longo do ano várias atividades para o conseguir”, anuncia a diretora técnica.
Segundo Ana Ribeiro o ideal era conseguir um protocolo com o Instituto da Segurança Social, mas assegura que o projeto vai avançar mesmo “em termos particulares” ainda que custando mais aos utentes. Junho será a próxima atividade de angariação de fundos para o projeto aberto à comunidade.
A Cáritas Paroquial de Santa Maria de Viseu, sedeada em pleno centro histórico, dispõe atualmente de valências como o Centro de acolhimento temporário, serviço de refeitório social distrital, cantina social a servir 40 refeições diárias na área da Paróquia de Santa Maria e S. Salvador, e é entidade coordenadora e mediadora do Programa Operacional de Apoio às Pessoas Mais Carenciadas (POAPMC de Viseu).
G.I./J.B.:EA