Open/Close Menu A Diocese de Viseu é uma circunscrição eclesiástica da Igreja Católica em Portugal

D. António Luciano tem no centro das suas preocupações a urgência de vocações sacerdotais, como pode ler-se na entrevista que concedeu ao Jornal da beira, órgão de comunicação da Diocese, a propósito da passagem do primeiro aniversário da sua entrada como Pastor desta porção da Igreja, que está em Viseu.

Respigamos as respostas que deu nessa entrevista:

“Como dizia há um ano, estou a aprender a ser Bispo. Como Maria, quero louvar o Senhor. Como sabemos o balanço tem muitos aspetos positivos, mas também tem outros que eu gostaria de ter trabalhado mais e de modo diferente. Mas gerir as coisas de Deus, da Igreja, de uma Diocese, de pessoas humanas, crentes e pessoas de boa vontade na complexidade dos nossos dias nem sempre é fácil. Perante os dons e maravilhas que Deus nos dá, não deixo de pedir: “Senhor tem piedade de mim que sou um homem pecador”, e como Jesus e Maria dizer: eis-me aqui para “fazer a tua vontade”. Dou graças a Deus pela sua bondade e misericórdia ao longo deste ano de ministério episcopal e de todo o bem que Ele quis realizar através de mim para o maior bem do povo de Deus.”

D. António “esperava encontrar uma Igreja viva, dinâmica, marcada pela esperança, pois tinha terminado um sínodo diocesano que está em marcha com o contributo de todos. A vida que se vive, a experiência pastoral que adquiri ao longo do ministério a relação e proximidade com os outros, ajudou-me muito a saber escutar o que Deus quer. Perceber o que a Igreja precisa e o discernimento leva-nos, sobretudo, a ver o melhor caminho a seguir para fazermos a vontade de Deus”.

“O Bispo deve ser um vigilante, um pai, um amigo que anuncia com fé e alegria o Evangelho de Jesus, em especial aos mais frágeis, débeis, doentes, famílias, crianças, adolescentes, jovens, casais, leigos empenhados na vida da Igreja, sacerdotes, diáconos, seminaristas,  consagrados (as), religiosos (as) missionários (as), membros de Institutos Seculares e a todas as pessoas de boa vontade.  Mas houve algo mais… Ajudou-me bastante a oração, o estudo, a reflexão, o conselho e a aplicação do método da Ação Católica que procurei viver sempre: “ver, julgar e agir”. Isto é um processo de discernimento, de liberdade e responsabilidade criativa como ensinava Bernard Haering. Saber o que implica hoje na complexidade da vida conjugar estes verbos, é importante para o exercício do ministério, para conhecer o rebanho que nos foi confiado, na relação com os padres e diáconos com quem devemos trabalhar e os leigos nos diversos movimentos.  O que é preciso é confiar no Senhor e, perante as dificuldades, entregar-lhe tudo na oração, pedir a sabedoria, o conselho e agir também com a prudência evangélica. É preciso acreditar que é o Espírito Santo que conduz a Igreja e quando nós somos dóceis vem em auxílio da nossa fraqueza. A Igreja, como mãe, mestra e educadora, tem a assistência do Espírito e por isso supre aquilo que nós por vezes não somos capazes de fazer. Deixemo-nos conduzir por Deus e pelo maior bem da Igreja.”

“Quero continuar a estar atento a todos, mas às vezes também não conseguimos fazer todo o bem que gostaríamos. Há sempre alguém que sem nós querermos pode ficar na margem. Se, porventura, aconteceu isso com alguém, peço desculpa e perdão pelo dano causado ou pela indiferença.”

“Os sacerdotes em comunhão com o Bispo, fomentando a comunhão, a unidade e a fraternidade sacramental, devem estar disponíveis para exercerem o seu ministério onde Deus os chama, ou a Igreja os envia em missão para ser imagem de Cristo, o Bom Pastor.”

“Preocupa-me muito a falta de vocações sacerdotais e a tristeza de este ano não ordenar nenhum sacerdote. Mas Deus que ama muito cada um de nós e a Igreja, está acima de tudo isto. Nós temos que rezar, pedir novas vocações, mas pedir também a conversão e perseverança de todos os chamados a uma vocação específica de consagração e de todo o povo de Deus. Este povo que Deus ama, foi chamado à santidade. Este é o grande desafio e a grande meta.”

G.I./J.B.:PBA

O Papa Francisco diz que é preciso sair do sofá e ir ao encontro das pessoas e num mundo complexo como o nosso é preciso remar contra a maré. De que forma é que se podem cativar os jovens para o sacerdócio? Como Bispo, empenho-me para que tenhamos boas famílias, abertas à vida e generosas em dar os seus filhos a Deus. Precisamos de cultivar em todas as dimensões da pastoral da Igreja uma cultura vocacional. Toda a Igreja é uma comunidade de chamados, de consagrados, mas também de leigos, de alguém que tem uma missão que o identifica com o modo de servir a Jesus. Porém, o caminho faz-se caminhando e a descoberta de ser cristão em

missão não foge à regra. Eu insisto muito que devemos rezar bem para termos boas famílias, bons jovens e boas vocações. Isto é uma prece, um desafio e um desejo. Mas também aqui é muito importante o testemunho da fé dos cristãos e um empenhamento sério na missão da Igreja, para transformação do nosso mundo. Qual é o caminho a seguir? Precisamos de organizar melhor a Pastoral das Vocações, trabalhar mais com os jovens, valorizar mais a catequese, dar mais valor ao Pré-Seminário e à experiência do Seminário em Família e depois do acompanhamento e discernimento vocacional pode ser que alguns queiram frequentar o Seminário Maior e serem padres. São João Paulo II dizia: “Os padres são necessários, porque Cristo é necessário” O Papa Francisco repete aos jovens: “Deus ama-te”; “Cristo entregou-Se até ao fim para te salvar”; “Ele vive”. Eu tenho fé e esperança que as vocações vão crescer.  Tenho tido muita alegria e gosto na relação que tenho criado com os adolescentes e jovens crismados na nossa Diocese. A interação entre párocos, catequistas, crismados, padrinhos e pais tem sido muito positiva, também com os mais pequeninos, eles embelezam com ternura e alegria a festa da Igreja. Apesar das dificuldades eu continuo a ser otimista. Deus providenciará… É um tempo novo, mas também uma oportunidade nova para a Igreja. Todos à missão do despertar vocacional com muita oração e confiança. O Seminário lugar de acolhimento, acompanhamento e discernimento vocacional é toda a Diocese. Os jovens são bons, precisam é de acreditar nas propostas que lhes oferecemos. Neste sentido, estamos em caminhada para prepararmos bem a Jornada Mundial da Juventude que irá ocorrer em Portugal no verão de 2022.”

G.I./J.B.:PBA

 

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