As duas primeiras sessões da Semana Bíblica, em curso no Seminário Maior, foram orientadas por Isabel Varanda, Professora na Faculdade de Teologia de Braga, proporcionando aos participantes a descoberta da beleza da criação.
No centro da sua análise do texto bíblico, Isabel colocou a “hominização” do ser humano, integrado no conjunto da criação, embora sendo o último a ser criado, “no mesmo dia” em que foram criados os restantes animais e o único a receber o “sopro” de vida.
Isabel Varanda explicou que o facto de o ser humano ser o último a ser criado mostra que é “o mais necessitado: tudo lhe fazia falta”, para a sua hominização.
Também mostrou que a criação de Eva, a partir de Adão, para que não se sentisse só, fazia do casal humano dois “seres iguais em dignidade”. E toda a criação existia em harmonia. Só o pecado rompeu essa harmonia, fazendo com que o par humano ficasse a sentir-se só, porque deixou de ter partilha de vida. E a solidão é sinónimo de morte.
Também o significado teológico da nudez e da desobediência foi explicado de forma bela, realçando que nem hoje se encontra um texto tão belo sobre a hominização do ser humano, como este, escrito há cerca de uma dezena de milhares de anos.
A relação do ser humano com Deus, seu Criador e Senhor, não se rompeu (Adão responde), mas ficou viciada, ao deixar-se seduzir pela “serpente”. A salvação trazida por Jesus permitiu “recriar” o ser humano, proporcionando-lhe um “novo começo”, nesta permanente tensão entre o animal que somos e a humanização que vamos construindo, mesmo quando consentimos que o mal continue a “alimentar a serpente”. Deus restabelece a confiança no ser humano: com a missão do Seu Filho Jesus, oferece a Graça, que vence a (Des)graça.
A Semana Bíblica prossegue hoje e amanhã, com a orientação do Padre António Magalhães, biblista que irá apresentar o livro do Apocalipse.
G.I.