Depois de dois anos de ministério episcopal como Bispo da Diocese de Viseu, continuo a viver animado pela esperança e pela confiança que nos vem da “Alegria do Evangelho”.
Isto não significa que não tenha consciência de aspetos menos positivos que fazem parte da vida da Igreja e da sociedade. Eu continuo a insistir na necessidade de termos boas famílias, de sermos bons cristãos e comprometidos na vida da Igreja, necessidade de mais vocações para a vida da Igreja e sacerdotais, leigos mais missionários e empenhados na vida da renovação da Igreja e cristãos e pessoas de boa vontade empenhadas na partilha e na solidariedade efetiva para com os pobres e mais necessitados da nossa diocese.
Reconheço que estamos a viver em tempos complexos, diferentes, de pandemia e que a vida não é fácil para ninguém, nem para a Igreja, nem para a sociedade, mas vivo na esperança de um futuro renovado, apesar de termos um mundo mergulhado numa crise económica sem precedentes, numa crise de falta de emprego sem solução à vista e falta de solidificação das famílias e das suas necessidades básicas para viver uma com dignidade.
Que isto afeta a Igreja e as suas comunidades, disto ninguém tem dúvidas, há receios e medo perante a vida de todos e é constatado pelos responsáveis da saúde pública, mental e outras áreas da saúde, onde a pessoa humana entrou numa fase de desconfiança de tudo e em todos. É preciso dar esperança às pessoas e razões de viver. Aqui a missão da Igreja e dos seus agentes pastorais e a dimensão da fé dos cristãos é indispensável para renovar a Igreja e trazer de novo uma filosofia sólida de valores à sociedade.
Na minha ação pastoral vivida no contacto com as comunidades paroquiais num espaço recente, quer seja por motivo de substituir sacerdotes por motivo de doença ou na apresentação e tomada de posse dos novos párocos, e no contacto com o povo de Deus tenho tido as melhores impressões tanto da parte dos sacerdotes, dos colaboradores das paróquias ou do povo de Deus em geral. Tenho recebido muitos exemplos fantásticos de acolhimento dos responsáveis da Igreja e de um povo que ama a Igreja, os seus pastores e tem desejos de renovação eclesial e formação cristã.
Tem sido um trabalho gratificante e que eu espero que o novo plano pastoral diocesano ajude a renovar a vida da pessoa humana e das nossas comunidades.
Que o Bom Pastor, a Santíssima Virgem, Mãe da Igreja, São Teotónio, Beata Rita Amada de Jesus e São Frei Gil nos ajudem nesta etapa importante da caminhada de reconstrução da Igreja Diocesana neste período de pandemia e futuro próximo.
Empenhemo-nos todos na renovação da Igreja Diocesana e sejamos verdadeiras pedras vivas e solidárias nesta construção da Casa do Senhor.
Uma Igreja renova-se com o empenhamento de todos, que ninguém fique de fora.
† António Luciano,
Bispo de Viseu