Open/Close Menu A Diocese de Viseu é uma circunscrição eclesiástica da Igreja Católica em Portugal

O pastor é a referência do rebanho. Quando é bom, leva as ovelhas a pastagens verdejantes, cuida delas e no final da jornada recolhe-as no redil para o descanso merecido.  Jesus, um dia, fez a seguinte pregação: “Eu sou o bom pastor, conheço as minhas ovelhas e elas conhecem-me” (Jo 10, 14). Eu quero conduzir as ovelhas que andam dispersas para o redil. Este tema é atual e cada vez mais importante na reflexão cristã.

Desde o Antigo Testamento que Deus vem prometendo ao seu povo, que lhe dará pastores segundo o seu coração, para cuidarem bem das suas ovelhas. Deus enviou sempre bons pastores ao seu povo, para que pudessem cuidar dele com sabedoria e prudência.

Na plenitude dos tempos, o Pai enviou o Seu Filho ao mundo, como o verdadeiro e o único pastor da humanidade

Jesus é assim o Bom Pastor, que Deus oferece ao seu povo para cuidar dele como se cuida de um rebanho. O pastor é uma figura bíblica simpática, genuína, próxima, um servidor a tempo inteiro, dedicado ao rebanho, que por ele sacrifica a sua vida e mostra a solicitude pastoral de Cristo, o bom Pastor.

A celebração do Domingo do Bom Pastor lembra a todos os batizados que neste dia devemos rezar pelos nossos pastores, para que cuidem do povo de Deus, que lhe foi confiado com empatia, carinho, compaixão e caridade pastoral. No Dia Mundial de Oração pelas Vocações de Consagração na Igreja, rezemos com fé a Cristo o Bom Pastor para que conceda às nossas comunidades muitas e santas vocações de consagração.

Jesus convida-nos sempre a rezar e a cuidar com amor do rebanho que nos foi confiado, para que no seio das nossas comunidades surjam jovens cheios de generosidade e entusiasmo que respondam sim ao convite para trabalhar na vinha do Senhor.

Jesus pediu aos discípulos para rezar por esta intenção: “A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos, pedi ao dono da seara, que envie trabalhadores para a sua seara”.

Esta recomendação de Jesus, que é atual e urgente, deve fazer parte das nossas preocupações e desafios pastorais.

O pastor, o rebanho e o redil são um belíssimo quadro para fazer da pastoral vocacional um dinamismo, um serviço, uma missão, uma proposta de oração para todo o povo de Deus, que no redil, que é a Igreja, continue cada vez mais a ter a preocupação do chamamento de novos servidores para a Messe. Por sua natureza toda a Igreja é missionária e vocacional, pois para realizar a missão que lhe foi confiada por Jesus Cristo, precisa de continuar a chamar jovens e adultos para o sacerdócio, para o diaconado permanente, para a vida consagrada religiosa e missionária, para a vida laical consagrada e para os diversos ministérios e serviços confiados aos leigos.

Para o terreno vocacional se tornar mais fértil, precisamos de cuidar mais das famílias, da pastoral familiar, juvenil e vocacional. Não podemos perder tempo, pois a hora na Igreja é de chamar, de convidar, de promover o encontro, de rezar e de apontar os diversos serviços a que somos chamados. Com a diminuição de sacerdotes e de vocações de consagração, o arrefecimento da fé por parte dos leigos, a missão do pastor, as atitudes do rebanho e o redil como lugar de abrigo podem sofrer profundas mudanças. Acreditamos mesmo, que as vocações são necessárias para a vida e futuro da Igreja? Rezamos com seriedade pelos nossos pastores e sentimos necessidade da sua presença no meio de nós? Temos consciência da missão, que nos está confiada na Igreja como batizados?

Uma Igreja que não tem dinamismo vocacional ainda não descobriu o segredo da vocação e da missão dos cristãos na comunidade.

Diante do panorama da falta de vocações na Igreja, bem precisamos de valorizar a figura do pastor, do rebanho e do redil e criar uma cultura vocacional, que caracterize os valores da teologia da vocação e da eclesiologia no mundo de hoje tocando profundamente todos aqueles que fazem parte do rebanho do Senhor.

O amor do pastor por cada uma das suas ovelhas leva-o a entregar a sua vida, atento ao cuidado do rebanho de modo singular das ovelhas cansadas, tresmalhadas e doentes. Só o bom pastor dá verdadeiramente a sua vida pelas suas ovelhas, identifica-se com elas e leva-as a pastar em campos verdejantes.

Durante este mês de maio rezemos o terço a Nossa Senhora pelos nossos pastores, para que sejam sacerdotes acolhedores, disponíveis, generosos, zelosos, servos fiéis, santos e autênticos no testemunho de vida sacerdotal. Rezemos pelas nossas comunidades, pelas famílias, os jovens, os animadores da pastoral, os leigos para que se tornem o verdadeiro redil das ovelhas do Senhor.

Intensifiquemos a nossa oração pelos nossos seminaristas, os pré-seminaristas para que caminhem rumo ao sacerdócio com fidelidade e esperança.

Rezemos por todos os jovens e adultos que estão em formação vocacional e são chamados na Igreja a responder sim a Deus numa vocação de plena consagração, para que sintam o acolhimento da Igreja como Mãe e da comunidade como rebanho que os envia.

Façamos da nossa Diocese de Viseu um “Mosteiro Invisível”, onde todos os dias oferecemos a Deus orações e sacrifícios pelo aumento das vocações sacerdotais e de plena consagração na Igreja.

Convido-vos a rezar durante esta semana pelo nosso seminarista, Eduardo José Henriques Abrantes, natural da paróquia de Cunha Baixa, Mangualde, a frequentar o 6º Ano de Teologia, no nosso Seminário Interdiocesano de São José, em Braga. No próximo sábado, dia 7 de maio às 21 horas, na Igreja Paroquial do Satão, vai receber o Ministério de Leitor em caminhada para o sacerdócio.

Confio a Nossa Senhora e a São José os nossos pastores, o povo santo de Deus e a Igreja, que chama sempre cada um de nós a viver com alegria e disponibilidade a vocação cristã, dentro do redil.

 

† António Luciano,
Bispo de Viseu
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