O Programa Pastoral 2023-2026 da Diocese de Viseu, intitulado “Todos Raízes da Alegria”, foi apresentado no dia 26 de novembro, durante a Jornada Diocesana da Juventude, que se realizou no Colégio da Via-Sacra, em Viseu.
Este novo ano pastoral, que já teve início em outubro, bem como os próximos três, serão inspirados no discurso que o Papa Francisco dirigiu a cerca de um milhão e meio de participantes, na vigília com os jovens no Parque Tejo, no âmbito da Jornada Mundial da Juventude, assumindo a urgência de sermos “Todos Raízes da Alegria”, numa Igreja que se quer renovada, alegre, jovem e missionária.
Durante a apresentação pública do programa, feita pelo padre João Zuzarte, Vigário da Pastoral e responsável pela sua elaboração, foram mencionados três desafios a atingir, um para cada ano. “No primeiro ano, 2023/2024, o lema é ‘És chAmado por Jesus, apressa-te’; no segundo, 2024/2025, incidirá no sentir a Igreja, com a criação de comunidades mais vivas: ‘És chAmado por Jesus, experimenta’ e para 2025/2026 o lema é: ‘És chAmado por Jesus, sê protagonista da mudança’”, explicou, evidenciando que este documento pretende, assim, “tirar ilações práticas e integrá-las na vida das nossas comunidades e paróquias ao longo dos próximos anos”.
Este programa tem como objetivos/ metas pastorais a atingir: recuperar a relação entre a Igreja e as novas gerações ao trazer de volta os jovens, adultos e famílias à missa dominical e à vida ativa das comunidades, preparando-os para o sentido de pertença e compromisso; investir mais recursos na renovação das paróquias, para que se transformem em comunidades vivas, ativas e alegres, cheias de entusiasmo por Jesus Cristo; acolher os frutos e dar continuidade aos dinamismos evangelizadores e intuições pastorais que resultaram das Jornadas Mundiais da Juventude; maior protagonismo e integração dos jovens nos processos de decisão e ação nas comunidades; mitigar o analfabetismo bíblico, doutrinal, litúrgico e capacitar a pessoa para apreender o sentido último da fé (promessa de vida, salvação definitiva, felicidade autêntica); criar equipas de estudo e avaliação, discernimento e planificação e avançar com uma reestruturação organizativa de edifícios diocesanos, das estruturas pastorais e do tecido territorial arciprestal e paroquial; ativar, ampla e profundamente, a lógica sinodal da “comunhão, participação e missão” nos organismos de corresponsabilidade que permita à comunidade de crentes assumir um papel mais positivo, propositivo e progressivo (conselhos pastorais, económicos, comissões de culto, mordomias e grupos pastorais).
De acordo com o padre João Zuzarte, “perante o evidente cenário das nossas igrejas esvaziadas e das assembleias envelhecidas, de tantas paróquias que continuam a estruturar-se com base em modelos do passado, precisamos de uma maior abertura à renovação da mentalidade e das estruturas”.
“É necessária uma criatividade pastoral grande para perceber que tipo de evangelização podemos fazer e quais são os seus destinatários. Não se trata de mudar a mensagem, mas sim a linguagem; não se pede a mudança de conteúdo, mas o modo e a forma de o apresentar; não muda a prioridade, mas tem de mudar o método”, realçando que uma das lacunas “é a escassez de clero, que está envelhecido e sobrecarregado”, dando o exemplo que, atualmente, há zonas da diocese com dois padres quando já tiveram cinco.
“O que desejamos para este triénio pastoral é que seja um bonito caminho pascal, um caminho de ressurreição da vida pessoal e comunitária em que cada um e todos se sintam chamados, transformados e enviados. Que perseveremos e permaneçamos fiéis à alegria que nasce do encontro com Aquele que é a razão primeira da nossa alegria e quotidianamente nos chama, Jesus Cristo”, destacou o Bispo da Diocese de Viseu, D. António Luciano, que fez o discurso de encerramento da Jornada Diocesana da Juventude.