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Observatório Pastoral

Como, onde e quando vivemos esta vocação para a santidade?

Faz uma pausa por alguns momentos e pensa nos vários papéis que assumes na tua vida. És um esposo ou esposa, pai ou mãe, filho ou filha, irmã ou irmão, tio ou tia, primo, contabilista, professor, canalizador, enfermeiro ou médico, assistente administrativo, informático, lojista, voluntário, leitor, maestro, porteiro, membro do Conselho Pastoral da tua paróquia, etc.

Todos os papéis são formas diversas de se ser humano e são, por isso, caminho para a santidade. Às vezes temos uma noção distorcida de santidade. Muitas vezes as pessoas pensam que a santidade se manifesta apenas dentro da igreja ou quando se reza, ou seja, a santidade é diferente daquilo que é o ser humano.

Sermos humanos é o único modo que temos para nos tornarmos santos. E sermos humanos é o modo como Deus nos fez, e Deus disse que era «muito bom». O nosso caminho para a santidade não implica apenas frequentar a Igreja (ainda que isso seja importante). O tempo que passamos na igreja engloba cerca de 3 ou 4% das nossas vidas, portanto, não é a única parte. O nosso caminho para a santidade acontece no quotidiano da nossa vida humana. É aí que encontramos Deus e a vocação para a santidade.

No livro “A cor púrpura”, Shug acredita piamente que Deus está presente em tudo. Certo dia, ela diz: «Celie, diz-me a verdade, já alguma vez encontraste Deus na igreja? Eu nunca encontrei. Lá só encontrei um bando de gente à espera que ele aparecesse. Qualquer Deus que já senti na igreja, levei-O comigo. E penso que todas as outras pessoas O levaram também. Eles vão à igreja para partilhar Deus, não para O encontrar».

Se essa é a realidade, onde é que encontramos Deus? Onde está Deus? Ora, encontramos Deus – experimentamos Deus – na nossa vida diária. Com frequência, é esse o nosso desafio: recordar constantemente que Deus está sempre connosco, mais vezes do que imaginamos. De certa maneira, em alguns momentos, pensamos que temos de encontrar Deus e colocá-l’O na nossa vida. No entanto, Deus já lá está. A nossa tarefa é abrandar o ritmo e tirar o tempo necessário para compreender a santificação da nossa vida diária, a santificação de ser e viver a nossa humanidade, tomando o tempo necessário para experimentar Deus no quotidiano da nossa vida.

Deus está presente no nosso dia-a-dia. É aí que a santidade se enraíza. A santidade vive-se através de tudo o que fazemos no nosso quotidiano. (…)

Somos santos quando oferecemos o nosso tempo para cuidar da nossa esposa ou dos filhos em vez de fazermos o que tínhamos programado. Somos santos quando ligamos ao nosso vizinho que está só e o convidamos para jantar, em vez de irmos jantar sozinhos. Somos santos quando decidimos não espalhar mexericos apesar da maioria das pessoas considerar que isso é fácil de fazer.

Tornamo-nos verdadeiramente santos sendo pessoas de integridade e de compaixão nas nossas amizades, enquanto pais, enquanto esposos, no trabalho e na procura pela paz, pela verdade e pela justiça no nosso mundo. Karl Rahner, um teólogo do século XX, defendia que a tarefa mais importante para um cristão é a de se humanizar – tornar-se uma pessoa humana (como Jesus) cujas raízes são divinas.

Janet Schaeffler, OP

In A Espiritualidade do Catequista

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