As celebrações do Dia da Diocese aconteceram neste passado fim de semana, dias 17 e 18 de fevereiro, num programa que teve como objetivo dar a conhecer a vida e o percurso do seu padroeiro S. Teotónio, proporcionando momentos culturais, religiosos e de lazer à comunidade, que esteve presente em grande número.
A programação foi composta por várias iniciativas: a apresentação do livro “Viseu a Minha Cidade”, do cronista Reinaldo Cardoso, no auditório do Complexo Paroquial de Coração de Jesus; o “Concerto de S. Teotónio”, que teve lugar na Igreja do Seminário Maior de Viseu, protagonizado pelo Coro Diocesano de São Teotónio e pela Banda Filarmónica de Ribafeita; a “Visita ao Santo’” que percorreu a iconografia de S. Teotónio, na Sé de Viseu; e a inauguração da exposição de arte efémera “Via Crucis”, com a recriação das estações da Via-Sacra. As celebrações culminaram com a eucaristia solene em honra do padroeiro da Diocese e da cidade de Viseu, presidida pelo Bispo D. António Luciano, com a presença dos vigários, padres, diáconos, consagrados, acólitos e seminaristas, aberta a toda a comunidade e solenizada pelo coro de S. Teotónio.
A “Visita ao Santo” e a inauguração da exposição de arte efémera “Via Crucis”, que decorreram na tarde de domingo, estiveram a cargo de Fátima Eusébio, coordenadora do Departamento dos Bens Culturais da Diocese de Viseu. “Com a visita ao santo quisemos destacar os elementos iconográficos da presença de S. Teotónio na nossa comunidade, porque consideramos que é através do património que lhe damos presença na nossa comunidade, junto dos fiéis e da comunidade em geral, colocando em relevo aquilo que este homem foi no tempo em que viveu, enquanto prior da Catedral, mas também pelos seus valores de humanidade, de caridade e de misericórdia, não esquecendo também o papel que teve como o primeiro prior do Mosteiro de Santa Cruz, em Coimbra”, explicou Fátima Eusébio.
A inauguração da exposição “Via Crucis”, no pavimento do claustro superior da Sé de Viseu, recria as 14 estações da via-sacra e pode ser visitada até à Páscoa. “Esta exposição de arte efémera é feita em serrim colorido ao qual foi adicionada a corcódea para desenhar a cruz e o sal para recriar as tonalidades brancas. Surge de um desafio lançado a um grupo da Paróquia de Campo de Madalena, que já colaborou na Jornada Mundial da Juventude (JMJ), e cujo projeto criativo é da autoria de Cláudio Rodrigues”, explica a responsável.
Esta exposição, que só foi possível com muitas horas de um trabalho minucioso, nasceu “com o objetivo de valorizar a arte efémera e surgiu no âmbito da execução dos tapetes de flores, que acontece em várias paróquias, nas suas festividades”. “Fazem-se trabalhos extraordinários de grande beleza e que mereciam ser divulgados e valorizados. Queremos que seja uma arte que ganhe um impacto junto da comunidade mais alargada”, explicou Fátima Eusébio.
A exposição terminou com uma surpresa para os presentes, com uma peça exposta de Jesus Cristo, feita em verga de ferro, em 3D, da autoria do artista Luís Duro. De acordo com Fátima Eusébio, a peça foi colocada no Passeio dos Cónegos com o intuito de “convidar os visitantes a olhar para este Cristo e para o mundo que nos rodeia, fazendo-nos refletir sobre o nosso propósito”.
O Bispo da Diocese de Viseu, que esteve presente nos vários momentos, agradeceu a organização das iniciativas que integraram o programa dedicado ao Dia da Diocese, que este ano esteve a cargo do Arciprestado de Viseu Urbano.
António Luciano, referindo-se à visita e à inauguração da exposição, realçou a importância destes eventos para a comunidade que esteve presente, ajudando-a a perceber os passos do santo e sua importância para a Diocese e para a cidade de Viseu. “Não podemos esquecer as nossas raízes, que são o alicerce da nossa base civilizacional. A Igreja teve um papel muito importante na dimensão da fé cristã e do cristianismo, resultado daquilo que é hoje o nosso povo e a nossa nação, de que muito nos orgulhamos. Todo este património envolvente na Catedral é para nós um testemunho daquilo que é a história, a memória e a preservação do tempo”, realçou.
Durante a homilia, D. António Luciano frisou que “a atualidade da vida e da pregação de S. Teotónio passa pelo caminhar juntos na fidelidade ao Evangelho, à renovação da vida pessoal e eclesial, na defesa da vida e promoção da dignidade da pessoa humana, ao serviço dos pobres, dos doentes e os excluídos da sociedade”. “A vida e a santidade de S. Teotónio marcaram profundamente a nossa cidade e a nossa Diocese, e, ainda hoje, nos desafiam a sermos fiéis à Palavra de Deus e ao serviço dos irmãos. Os ensinamentos de S. Teotónio convidam-nos a sermos discípulos missionários empenhados na construção do Reino de Deus”, concluiu.