
Hoje, 18 de abril, Sexta-feira Santa, dia em que revivemos o mistério da Paixão do Senhor, a Catedral de Viseu recebeu a Celebração da Paixão, presidida pelo Bispo de Viseu, durante a tarde.
Este segundo dia de Tríduo Pascal, santificado pelo jejum e penitência, tem como propósito contemplar, no silêncio e na oração, a entrega de Jesus por nós através da paixão e morte na cruz.
A celebração começou em profundo silêncio orante e foi marcada pela liturgia da palavra, centrada na escuta do relato da Paixão, pela oração universal, hoje com um tom mais solene, pela apresentação e adoração da cruz e pela sagrada comunhão com o pão consagrado na véspera, sendo este um dia em que não se celebra a eucaristia, pois o altar é a Cruz, onde Jesus se oferece por nós.
Durante a homilia, a partir da leitura de Isaías, que fala sobre o Servo Sofredor e a sua missão salvífica, e da mensagem da Carta aos Hebreus, que nos fala de Jesus, Sumo Eterno Sacerdote, o Bispo disse que “somos convidados a caminhar cheios de confiança para o trono da graça, a fim de obtermos misericórdia e alcançarmos a graça de um auxílio oportuno”.
Referindo-se ao Crucificado, D. António Luciano, frisou que continua “na Igreja a imolar-se na mesa do altar, no sacrifício eucarístico, na vida dos doentes e dos pobres e na vida de cada um de nós”, tendo-se “oferecido ao Pai por toda a humanidade”. “A Paixão de Cristo continua viva e atual em cada um de nós”, acrescentou.
Dirigindo-se ao povo de Deus, apelou a “que saibam sofrer, amar e servir, identificados com Cristo”. “A Cruz levantada com o Crucificado tornou-se árvore da vida e de esperança para toda a humanidade. Eis o ícone de Sexta-feira Santa: “hão de olhar para Aquele que foi trespassado”, citou.
A partir das Sete Palavras de Cristo na Cruz: Perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”; “Hoje estarás comigo no Paraíso”; “Mulher, eis o teu filho! Eis a tua mãe!”; “Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?” Tenho sede!”; Tudo está consumado”; e “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito”, o Bispo desenvolveu a sua reflexão em ambiente de oração.
Refletindo sobre a importância da escuta de Deus, no serviço de “comunhão com os doentes, os pobres, os condenados à morte, os inocentes, os marginalizados, os excluídos da sociedade, os cristãos perseguidos”, apelou a todos para terem fé e fortaleza perante as cruzes da vida. Pediu, ainda, que todos rezem “pelo fim da guerra na Terra Santa e em todo o mundo”.
A partir da citação do Papa Francisco “Amou-nos”, o Bispo afirmou que a meditação da entrega de Cristo na Cruz é “para a piedade dos fiéis algo mais do que uma simples recordação”. “A paixão é vida, é amor, é perdão e misericórdia. É um caminho para rezar, meditar, contemplar e fazer silêncio diante do Mistério da Paixão e Morte de Cristo”, reforçou.
D. António Luciano referiu, ainda, que o convite feito ao bom ladrão também é dirigido a todos nós. “Jesus convida-nos a estar com Ele no paraíso, com a presença de Maria que junto à cruz, com as santas mulheres e alguns discípulos, nos deixaram este testemunho que é fonte de esperança e de renovação para toda a humanidade”.
Hoje, às 21h00, apesar de não se realizar a Procissão do Enterro do Senhor, devido à chuva prevista, Cristo é simbolicamente sepultado e terá lugar o Sermão da Soledade, pelo Deão do Cabido da Sé, Cónego Manuel Matos.
No sábado, às 10h00, há o Ofício da Leitura e Laudes e, às 21h30, realiza-se a Vigília Pascal. No domingo de Páscoa, celebra-se a Eucaristia da Ressurreição, pelas 11h00.
Galeria de fotos e vídeos na página do Facebook da Diocese de Viseu.