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Voz do Pastor

Jesus, eu confio em Vós!

Estamos a celebrar a oitava da Páscoa, a viver o dom e a experiência de Cristo Ressuscitado na nossa vida e nas nossas comunidades.

Na Sexta-Feira Santa, na hora solene da morte de Cristo, a Igreja recebeu como oferta do seu fundador a graça excelente da Misericórdia Divina, para ser derramada nos nossos corações.

A hora salvífica de Cristo, aconteceu no momento da sua Paixão e Morte, quando ofereceu a sua vida ao Pai no alto da Cruz, pelos pecadores dizendo: “Pai nas vossas mãos entrego o meu espírito e dando um forte brado, expirou”. Consumada a obra da Redenção, manifestou-se ao mundo a hora da salvação do género humano, obra da Divina Misericórdia.

Cristo na Cruz ofereceu ao Pai a nossa vida de pecadores e alcançou-nos a Bem-Aventurança Eterna, derramando em nossos corações o seu perdão, a sua graça e a sua misericórdia. Deus no seu amor infinito e sem medida, concedeu à Igreja o ministério da Reconciliação.

O Sacramento da Reconciliação, ou Penitência, tábua de salvação depois do Batismo, nasceu do coração misericordioso de Cristo no mistério Pascal.

Jesus Ressuscitado revelou a Santa Faustina, religiosa polaca o tesouro da sua Misericórdia infinita e convidou-a a ser um instrumento dócil e fiel para anunciar ao mundo o Evangelho da Misericórdia e a sua mensagem. Esta religiosa acolheu com fé e confiança a revelação que Jesus lhe foi fazendo durante vários colóquios. Anunciada ao povo de Deus na Igreja, a Mensagem da Divina Misericórdia foi muito bem aceite pelos fiéis e tem produzido imensos frutos espirituais na vida dos cristãos, famílias, jovens, doentes e pecadores.

São João Paulo II, escreveu a Encíclica “Dives in Misericordia” e tocado pela Mensagem da Divina Misericórdia promoveu o seu culto, valorizou a mensagem com os seus ensinamentos e reflexões e estendeu a Festa da Divina Misericórdia, no Domingo da Oitava da Páscoa, a toda a Igreja. A sua morte ocorreu precisamente na celebração da Festa da Divina Misericórdia.

A festa pode ser preparada a nível espiritual com a novena da Divina Misericórdia, o Terço da Misericórdia que tem início Sexta-Feira Santa. Também têm sido realizados congressos, retiros e jornadas sobre o tema da Divina Misericórdia realizados em muitas comunidades.

A Hora de referência para viver a graça da Divina Misericórdia é a hora da Morte de Jesus, as três horas da tarde. O Terço da Divina Misericórdia, deve rezar-se na hora da Paixão do Senhor, como Jesus pediu à Irmã Faustina no dia 14 de setembro de 1935: “Todas as vezes que entres na capela, reza imediatamente a oração que ontem te ensinei”.

A oração reza-se servindo-nos das contas do Terço, segundo as modalidades indicadas por Santa Faustina. Esta prática está indissoluvelmente ligada ao culto da Divina Misericórdia, de que representa a parte mais conhecida juntamente com a imagem de Jesus Misericordioso.

Também se reza quando se deseja implorar a Misericórdia de Deus para as almas e para o mundo inteiro, e especialmente à cabeceira dos moribundos e dos doentes. Para as grandes promessas feitas por Jesus Misericordioso, pode ser rezada para obter graças especiais nos momentos de maior necessidade e dificuldade da vida. Neste sentido teve muito impacto na vida da Igreja e das comunidades o Jubileu da Misericórdia.

Elementos de como se reza o Terço da Misericórdia: O Sinal da Cruz, a oração do Pai-Nosso, a Ave-Maria, o Credo (Creio em Deus Pai), nas contas grandes do Terço em vez do Pai-Nosso, diz-se: “Eterno Pai, eu Vos ofereço o Corpo e Sangue, Alma e Divindade do vosso muito amado Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, em expiação dos nossos pecados e de todo o mundo”. Nas contas pequenas em vez das Ave-Marias dizemos: “Pela sua dolorosa Paixão, tende misericórdia de nós e de todo o mundo”. No final do Terço diz-se três vezes: “Deus Santo, Deus Forte, Deus Imortal, tende piedade de nós e de todo o mundo.

Como batizados comprometidos na vida da Igreja sejamos apóstolos da Divina Misericórdia espalhando na vida dos cristãos esta espiritualidade centrada no amor misericordioso de Deus revelado em Nosso Senhor Jesus Cristo no Mistério da Sua Paixão, Morte e Ressurreição. Neste dia da Festa da Divina Misericórdia consagremos a nossa vida, a Igreja e o mundo à proteção da Divina Misericórdia.

Imploremos da Divina Misericórdia o dom de sermos profetas da defesa da vida humana em todas as circunstâncias, desde o momento da conceção até à morte natural. O Senhor da Vida cuide sempre do maior bem que Deus nos concedeu, a vida humana. Sejamos mensageiros e testemunhas da vida, participando na próxima caminhada nacional em defesa da vida humana.

Como apóstolos da Divina Misericórdia levemos ao mundo a esperança da nossa salvação em Jesus Crucificado, Ressuscitado dizendo: “Jesus, eu confio em vós”.

 

+António Luciano, Bispo de Viseu

CategoryBispo, Diocese, Igreja, Viseu

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