De 31 de Agosto a 8 de Setembro, realizaram-se os tradicionais festejos em honra de Nossa Senhora Dolorosa, festa maior da paróquia de Ribeiradio, que venera Nossa Senhora sob este título há mais de trezentos anos.
Durante os festejos, os que rumaram até Ribeiradio tiveram oportunidade de ouvir bandas musicais de grande renome, diversos DJs, e grupos folclóricos oriundos de Nespereira (Pinheiro de Lafões), Albergaria-A-Velha, Campia e Talhadas, sem esquecer o grupo típico local, “Cantares do Ídolo”, escola de concertinas de Mouquim e Bandas filarmónicas .
A supressão do tradicional fogo de artifício, mercê das proibições legais impostas pelo risco extremo de incêndio não demoveu os milhares de pessoas que passaram por Ribeiradio, mantendo a certeza de que esta é uma das maiores festividades a nível da Diocese e do distrito.
Na vertente religiosa, no dia 31 de Agosto celebrou-se Missa em memória de todos os mordomos e colaboradores já falecidos, com o Santuário quase cheio e com a presença do todos os mordomos deste ano, seguindo-se Procissão de velas ao Monte do Cadafaz com a imagem de Nossa Senhora Dolorosa, que muito participada e vivida com grande emoção.
No dia 08 (como sempre acontece, quer seja ou não dia de semana) tivemos a celebração litúrgica, pelas 10.00 horas, com a presença do Sr. Pe. João Zuzarte que fez a pregação. Missa Campal como habitualmente, tal é o número de visitantes e de ribeiradienses que, aqui radicados ou espalhados pelos quatro cantos do mundo, e por esse Portugal fora, não deixam de mostrar a sua devoção a uma Nossa Senhora que tanto lhes diz. O espírito devoto sente-se na maneira ordeira como tudo decorreu, quer na celebração, quer na Procissão, participada por perto de duas mil pessoas. A Procissão é um momento alto e de grande emoção, tendo este ano incorporado a mesma, para além da Imagem de Nossa Senhora Dolorosa, os andores com as imagens de São Pedro, S. André, São Brás, Santo Afonso, São Domingos, Santa Susana, Anjo da Guarda, Sagrada Família, São Sebastião, Santo António, São Miguel, Sagrado Coração de Jesus, Nossa Senhora de Fátima e São José, veneradas quer neste Santuário quer oriundas da Igreja Paroquial e das diversas capelas da paróquia. Incorporaram ainda a procissão a banda da casa, Banda Marcial Ribeiradiense, e a Banda Alvarense; as Irmandades de Nossa Senhora Dolorosa e de S. Miguel, e, como é tradição secular, para além da Cruz Paroquial, acompanharam também as Cruzes das freguesias vizinhas de Arcozelo das Maias e Rocas, sinal de quando Ribeiradio era matriz de todas estas terras.
A procissão subiu até ao Monte do Cadafaz, aí se fazendo a consagração de Ribeiradio a Nossa Senhora Dolorosa, um dos momentos mais emocionantes das festividades.
A dimensão que esta festa vem tendo ao longo dos quase quatro séculos de história, projeta a devoção a Nossa Senhora Dolorosa pelos locais por vezes mais improváveis, atraindo pessoas dos distritos de Viseu, Aveiro, Coimbra, e de muitos outros da região Norte e até dos Açores. A todos Ribeiradio recebe sempre de braços abertos, o que faz com que fique em todos a vontade de voltar.
Largas dezenas de pessoas dão o seu melhor para que estas festividades tenham o sucesso merecido: a Mordomia trabalha todo um ano na fé de ver o seu trabalho recompensado; zeladoras, durante o ano, cuidam do Santuário (um dos poucos Santuários Marianos na diocese de Viseu); populares anónimos e floristas profissionais dão o seu melhor nos enfeites, quer da capela, quer dos andores; entidades civis colaboram logisticamente para a realização do evento. E o pároco, Pe. Paulo Vicente, lidera, atenta e permanentemente, acompanhando e presidindo às celebrações e ajudando à organização das diversas atividades. A todos se deve uma palavra de gratidão e de conforto pelo trabalho desenvolvido.
G.I./J.B.:Um paroquiano